O julgamento dos quatro oficiais do Serviço de Inteligência Militar (GRU) da Rússia acusados de espionagem começou hoje a portas fechadas na capital da Geórgia. Segundo Interfax para dois militares já foi declarada a detenção preventiva de dois meses de priisão preventiva à espera do julgamento definitivo ou de uma solução diplomática entre os dois países.
O conflito diplomático entre a Rússia e a Geórgia está cada vez mais agravado. Iniciado na metade da semana - quando a Geórgia capturou quatro oficiais russos do contingente militar de pacificadores na Tranacaucásia, acusados de "espionagem" -, o conflito vive uma escalada de ameaças e hostilidades.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia chamou ontem para consultas o seu embaixador em Tbilissi . O Kremlin ordenou também a "retirada parcial do pessoal da missão diplomática e dos membros das suas famílias" e "recomenda aos cidadãos russos que se abstenham de viajar para a Geórgia devido à situação criada". Na manhã desta sexta-feira, a Geórgia anunciou uma acusação oficial de espionagem contra os russos, e Moscou reagiu com revolta.
De acordo com as autoridades de Tbilisi, os quatro russos serão levados a um tribunal para que respondam às acusações. Depois do anúncio do julgamento dos oficiais , a Rússia decidiu encerrar a missão diplomática na Geórgia .
Na recente 61.ª Assembleia Geral da ONU, a Geórgia acusou o Kremlin de querer anexar as regiões separatistas da Abkházia e da Ossétia do Sul através da concessão "à socapa" da cidadania russa à sua população. Acusou igualmente Moscovo de pretender impedir "o desenvolvimento democrático da Geórgia".
Ontem Serguei Ivanov,o ministro russo da Defesa, exigiu a libertação imediata dos militares, considerou os casos de espionagem "inventados" e "ilícita" a detenção dos seus militares. "Isto faz-me lembrar as repressões estalinistas dos anos 30.
Não ficarei admirado se a Geórgia acusar os militares russos de tentar sequestrar o sol e o céu georgianos", acrescentou Ivanov. As autoridades russas, sublinhou, tomarão "medidas adequadas à provocação" discutirão este assunto na reunião do Conselho Rússia-NATO, que começa hoje na Eslovénia.
Serguei Baburin, vice-presidente da Duma (câmara baixa do Parlamento) em Moscovo, de um partido de bloque nacionalista nacionalista, aconselhou as autoridades russas a deter o mesmo número de militares georgianos como medida de represália. Dmitri Rogozin, outro deputado nacionalista, incitou o Kremlin a repetir a experiência israelita no Líbano: "Defendemos (...) que o Presidente use as forças armadas para libertar os militares sequestrados pela Geórgia."
Agências de Notícias
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