A Rússia está pronta para revogar todas as preferências das exportações de carne dos Estados Unidos se o país não apresentar até outubro um acordo para que a Rússia entre na OMC (Organização Mundial do Comércio). O Ministério do Comércio e Desenvolvimento Econômico da Rússia informou que o ministro German Gref enviou ao lado estadunidenses uma mensagem nesse sentido.
"[A Rússia] pretende firmemente defender seus interesses, e na eventualidade das consultas fracassarem (...) [o país] será forçado a voltar [os acordos de compra de carne] às condições que existiam antes'', diz o comunicado. "O lado russo espera a solução das três ou quatro diferenças em dois meses.
No entanto, o mesmo documento diz que a Rússia não modificou sua posição sobre a possibilidade de finalizar o mais rapidamente as negociações para entrada na Organização Mundial do Comércio e está disposta a resolver nos próximos meses as pendências restantes. A Rússia é o maior importador de carne de frango dos Estados Unidos.
O acordo atual de venda de carnes dos EUA para a Rússia foi assinado em 2005, com validade até 2009, elevou a cota de carne de frango para 1,2 bilhão de toneladas, a de carne bovina para 450 mil toneladas e a de carne suína para 502 mil toneladas, segundo a agência estatal de notícias russa RIA Novosti.
A expectativa era de que um acordo para o ingresso da Rússia na OMC fosse obtido na reunião do G8 (grupo dos sete países mais ricos e a Rússia), realizado no mês passado em São Petersburgo.
O governo americano exige maior flexibilidade por parte da Rússia em suas restrições fitossanitárias, principalmente com respeito à carne importada dos EUA, além de observação mais estrita dos direitos de propriedade intelectual - para combater a pirataria.
Segundo o ministério, a OMC vem atravessando uma "crise sistêmica profunda após a suspensão das negociações da Rodada Doha. O comunicado ainda acrescenta que o governo russo não pode continuar a ignorar as exigências dos produtores rurais russos para revisar cotas de carne e abolir concessões oferecidas aos EUA.
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