Hoje tem o início a primeira visita oficial do recém-nomeado primeiro-ministro da Ucrânia, Viktor Ianukovitch à Rússia. Ele declarou que o problema do gás será o tema principal da sua visita . No momento, a situação é essa.
O atual contrato de gás entre os dois países vence no fim de setembro. O gás russo custa para os interessados 230 dólares por mil metros cúbicos. A Ucrânia não pode arcar com esse preço. Foi porque surgiu um intermediário: a companhia RosUkrEnergo, a qual compra gás no Turcomenistão a 65 dólares e lhe adiciona gás russo, mais caro, para desse modo obter o volume necessário para a Ucrânia.
Já a Ucrânia adquire esse coquetel a 95 dólares por mil metros cúbicos. Todavia, o contrato velho já está expirando, sendo, pois, necessário fechar um contrato novo. O problema é que o Turcomenistão elevou seu preço até 100 dólares. Portanto, por mais que se tente misturar um gás custando 230 dólares com outro custando 100, já não se pode alcançar o anterior preço dos 95 dólares, de jeito nenhum.
Por isso, a opinião dos analistas russos é que as próximas negociações serão nada fáceis. Se por resolução do problema se entende uma mudança do preço do gás para o lado de sua redução, praticamente não tem sentido esperar tal resultado.
Um tema mais muito sério para debater será o problema do controle sobre a rede de gasodutos da Ucrânia. É pouco provável que nas negociações sobre a problemática do gás se possa chegar a entendimentos mútuos sem a admissão da Rússia nessa esfera, sem um compromisso bilateral .
Segundo os analistas da Voz da Rússia, à medida que se aproxima a volta da temporada fria, a Europa, que ainda não se refez por completo do choque provocado pela contenda do ano passado entre dois povos eslavos por causa do gás, está dando mostras de nervosismo.
Ninguém deseja cair novamente numa situação semelhante à ocorrida no inverno passado, quando a Ucrânia praticava a chamada extração não sancionada de gás russo destinado à Europa Ocidental, o qual transitava pelas tubulações situadas no território ucraniano.
Tanto que a União Européia até se dispôs a instalar de graça nesse país contadores para mostrarem quanto gás para exportar chegou e para onde desapareceu. Isso para evitar que altos funcionários em Kiev novamente façam um gesto de resignação, como sempre fizeram nos anos anteriores, diante de um sumiço milagroso do gás russo.
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