A palavra marketing abrange os relacionamentos construídos entre os anseios do mercado e as respostas ofertadas pelas empresas.
O papel da empresa é responder as expectativas do consumidor através de produtos e serviços em contínuo processo de renovação, atualização, remodelação, inovação, desenvolvimento.
Este motu continuum é muito importante de se compreender. O mercado evolui em tempo real, de forma dinâmica, alterando-se continuamente.
Existiu um tempo em que a visão principal estava centrada em uma direção única: de dentro para fora. A empresa inventava de tudo para empurrar seus produtos e serviços ao consumidor. Valia tudo. Inclusive ludibriar, gerar falsas necessidades, promover motivações antiéticas, dourar a pílula, enfim.
Modernamente, todos são forçados a conviverem em um sistema de mão dupla comprometido com a melhoria de qualidade de vida da sociedade.
Veja o desafio da indústria automobilística mundial: ela tem a capacidade de produzir 70 milhões de veículos ano para um mercado consumidor capaz de adquirir apenas 50 milhões. Este descompasso obriga um jogo de cintura extremamente competitivo, árduo, revolucionário.
O que deve ser feito?
Existem regras ou é uma briga de foice no escuro?
Nos dias atuais, a capacidade de produção ultrapassa largamente a capacidade de assimilação do mercado consumidor. Esta inversão obriga um repensar do papel do marketing.
Neste novo papel, o marketing passa a se preocupar em desenvolver e ampliar os mercados. Isto inclui a promoção de um desenvolvimento auto sustentado, abrangente, amplo e irrestrito.
Todos começam a caminhar na direção de melhoria de vida das pessoas. As empresas passam a se preocupar com a sociedade e o meio ambiente, de uma forma nunca vista.
A lógica do jogo é uma só: é essencial ampliar, estruturar e capacitar a base consumista.
Paralelamente, surge a velocidade de consumo. Se antigamente um carro durava 20 ou 30 anos, e há pouco tempo atrás, 10 anos, a tendência é que o carro de hoje torne-se obsoleto cada vez mais rápido e cada vez em menos tempo. Na ponta desta curva está o consumo descartável. E quanto mais descartável maior é a velocidade de consumo.
Outro fator significativo é a reação do consumidor perante produtos e serviços não condizentes com suas promessas. A empresa que polui, ou a empresa que reduz a quantidade de uma embalagem tentando driblar a atenção do consumidor, ou a empresa que desenvolve um relacionamento dúbio com seus colaboradores, ou a empresa inautêntica com seus comprometimentos mercadológicos, passa a ser rejeitada pelo mercado consumidor.
Ainda os pecados não são muito prejudiciais para as empresas. Aparentemente, o consumidor tem memória curta. No entanto, estes deslizes estão forçando a criação de mecanismos de defesa através de órgãos protetores do consumidor.
Como o marketing moderno deve agir?
O caminho é claro: o marketing moderno deve responder de forma dinâmica e surpreendente às expectativas do consumidor.
Isso é fácil?
Não. Exige da empresa um aparelhamento eficaz e sistêmico de suas ações mercadológicas. Exige uma capacidade de renovar-se permanentemente. Exige um poder de competição fantástico. Exige um processo de transmutação que causa inveja a Darwin.
Orquiza, José Roberto
52 anos, consultor de marketing, autor dos livros Jogo da Vitória, Editora Juruá; Dez Lições de Sucesso, Editora Posigraf; Fato ou Boato, Você Decide, Ieditora. Formação: Filosofia e Ciências Econômicas. Especialização: Análise Empresarial.
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