Milhares de trabalhadores participaram nas manifestações do 1.º de Maio, convocadas pela CGTP-IN, em mais de 40 localidades. Evocaram a origem do Dia do Trabalhador, mas também a actualidade da sua luta e reivindicações, apontando um «Dia Nacional de Luta» para 3 de Junho.
Este 1.º de Maio, que assinala o 131.º aniversário dos acontecimentos de Chicago que estiveram na origem do Dia Internacional do Trabalhador, foi assinalado pela CGTP-IN com manifestações, concentrações, convívios e iniciativas culturais, desportivas e lúdicas em várias localidades do continente e das regiões autónomas, sob o lema «Valorizar o trabalho e os trabalhadores!».
Há 131 anos deu-se uma jornada de luta pela redução da jornada de trabalho para as 8 horas que foi violentamente reprimida pelas autoridades dos Estados Unidos da América, que assassinaram dezenas de trabalhadores e condenaram à forca quatro dirigentes sindicais. Para além de assinalar este acontecimento, esta é uma data que homenageia os que durante a ditadura fascista lutaram pela liberdade e por melhores condições de vida e de trabalho, por emprego com direitos, salários e horários dignos.
Este dia continuou ao longo dos anos a ser palco não só destas evocações, mas também das reivindicações dos trabalhadores na actualidade. Este foi um elemento comum às comemorações nos diversos sítios do País, com destaque para a manifestação de milhares de pessoas realizada em Lisboa, do Martim Moniz à Alameda D. Afonso Henriques, animada com palavras de ordem, faixas e outros elementos que expressavam as exigências dos trabalhadores.
Numa resolução da CGTP-IN aprovada nas comemorações, é lembrado que «os avanços registados no novo quadro político do País, não são dádiva de ninguém» e que «foi com a luta que os trabalhadores conseguiram o aumento (embora insuficiente) do salário mínimo nacional, a recuperação dos quatro feriados, a reposição dos salários e das 35 horas na Administração Pública», entre outros direitos e conquistas.
No entanto, os trabalhadores consideram que «é preciso ir mais longe e generalizar a solidariedade e a justiça social», sendo para isso necessário «intensificar a luta em cada local de trabalho, empresa e sector», exigir que «o Governo PS dê efectiva resposta às necessidades do País» e «enfrentar o grande capital e o directório das grandes potências que dominam a União Europeia», de forma a «libertar o país das desigualdades, do Euro, da dívida e dos milhares de milhões de euros de encargos anuais».
Os trabalhadores presentes nas comemorações do 1.º de Maio aprovam lutar pelo aumento geral dos salários incluindo o salário mínimo nacional; pela revogação das normas gravosas da legislação laboral, nomeadamente da caducidade, e pela reintrodução do principio do tratamento mais favorável e da renovação automática das convenções; pelo combate à precariedade e que a cada posto de trabalho permanente corresponda um contrato de trabalho efectivo; pela reposição do vínculo por nomeação e o desbloqueamento das carreiras na Administração Pública; contra a desregulação dos horários e pelas 35 horas de trabalho semanal para todos; e pela reposição dos 65 anos como idade legal de reforma e o acesso à reforma, sem penalizações, ao fim de 40 anos de descontos.
Por todas estas reivindicações, os trabalhadores decidiram também participar no «Dia Nacional de Luta» convocado pela CGTP-IN, para o dia 3 de Junho, que terá expressão em duas manifestações, uma em Lisboa (Marquês de Pombal, 15h) e outra no Porto (Campo 24 de Agosto, 15h).
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