Tsipras renunciou nesta quinta-feira (20/08) ao cargo de premiê da Grécia (EFE)
Com o anúncio de Alexis Tsipras, esta será a segunda eleição do ano para os gregos; ministro das Finanças minimaliza instabilidade política no país
Redação | São Paulo – Opera Mundi
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, anunciou nesta quinta-feira (20/08) que vai renunciar e propôs à nação eleições antecipadas. A imprensa local fala na possível data de 20 de setembro para o pleito. Apesar da renúncia, Tsipras só sairá do cargo quando for formado um bloco para o novo governo.
"Eu apresentarei minha renúncia, bem como a renúncia do meu governo ao presidente da República", declarou o premiê em discurso ao vivo na televisão grega.
"Mas eu me sinto na obrigação de submeter meu balanço ao seu julgamento. Vou perguntar ao povo grego. Vocês vão decidir quem vai dirigir o povo grego no futuro", acrescentou à população.
"Nós estamos hoje em uma situação sem precedentes", prolongou. "Nós não conseguimos obter o acordo que nós esperávamos, mas foi o melhor acordo", afirmou. "Em momentos difíceis, nós devemos nos ater e conquistar o que mais importa: nosso país e nossa democracia. Obrigado, Grécia".
A decisão vem poucas horas após o MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade) dar sinal verde ao desembolso inicial de 23 bilhões de euros a Atenas, possibilitando o governo grego a pagar uma dívida no valor de 3,4 bilhões de euros ao BCE (Banco Central Europeu).
Nesta manhã, Tsipras se encontrou com assessores de alto escalão para decidir seu próximo movimento do partido governista, o esquerdista Syriza. Segundo autoridades disseram à Reuters, a opção do premiê de propor um voto de confiança ao parlamento — especulada nos últimos dias — já foi arquivada.
Antes do encontro, o ministro das Finanças, Euclid Tsakalotos, afirmou ao parlamento que, caso sejam convocadas novas eleições, não haverá uma instabilidade política no país. "As eleições que, pelo que eu ouvi, estão próximas, não vão ser iguais às de 2012", tranquilizou Tsakalotos.
Segundo analistas internacionais consultados pela Ansa, mesmo com a convocação, Tsipras pode se lançar candidato novamente e ganhar novo fôlego para governar a Grécia. Porém, não se sabe como outros parlamentares do Syriza vão reagir em meio ao racha dentro do partido.
Com o anúncio do premiê, esta será a segunda eleição do ano para os gregos. Em 25 de janeiro, o Syriza venceu a disputa com 36% dos votos. Como a legenda ficou a apenas duas cadeiras da maioria absoluta no parlamento (149 dos 300 assentos), ela se aliou aos Gregos Independentes, legenda da direita nacionalista, para conseguir formar uma coalizão antiausteridade.
Na ocasião, Alexis Tsipras chegara a declarar que a troika (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia) e austeridade eram “coisas do passado” na Grécia, prometendo renegociar a dívida pública de 321 bilhões de euros com a troika, além de encerrar com as privatizações.
http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=b8c4f777b9f73377211fe8de08e703b8&cod=15747
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter