Segundo JB Online, apesar das críticas à política de segurança do governo do Estado, os índices de violência continuam em queda. Os números de junho e do primeiro semestre, apresentados ontem pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), revelam que os homicídios continuam em queda: nos seis primeiros meses, em comparação ao mesmo período do ano passado, a redução foi de 8,8% menor desde 1991. Já o roubo de veículos, com menos 18%, representou a menor incidência dos últimos 10 anos.
Em contrapartida, autos de resistência, que no ano passado já tinham registrado recorde histórico, teve aumento de 9,1% número que, segundo um relatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU, divulgado ontem, dá à polícia "carta branca para matar". Também subiram roubo a transeunte e latrocínio (roubo seguido de morte), com aumentos, respectivamente, de 17% e 20% no primeiro semestre.
Enquanto a polícia matou 63 mais pessoas em situação de conflito do que no primeiro semestre do ano passado, as apreensões policiais caíram. No Estado, a apreensão de drogas caiu 3,2% (menos 164 registros) e de armas caiu 10,8% (menos 625 casos). Prisões em flagrante e o cumprimento de mandados de prisão, por outro lado, aumentaram, respectivamente, 6,8% e 7,4%.
Na capital, o auto de resistência teve um acréscimo de 3% e manteve a regularidade: foram 14 mortes a mais no primeiro semestre deste ano, totalizando 472 pessoas mortas pela polícia em situação de confronto. Roubo a transeunte acompanhou a tendência com mais 12,8%, um acréscimo de 2.344 neste semestre.
Um dos crimes que registraram maior queda foi roubo de veículos (com menos 24,7%, ou 2.894 casos). Homicídio doloso também acompanhou a tendência na capital e registrou queda acima da média, com menos 15,3% ou menos 186 assassinatos. Na Zona Oeste, onde o combate às milícias foi intensificado, esse índice caiu 13,9% (menos 80 mortes), mas, em contrapartida, aumentou em 21,5% o número de pessoas desaparecidas um total de 401 vítimas, contra 330 no primeiro semestre do ano passado.
Na Zona Sul, houve 124 mais roubos a transeuntes do que no ano passado, num total de 1.954 casos. Na contramão do Estado e da capital, a Zona Sul registrou aumento de 31,3% no roubo de veículo, com um total de 407 carros roubados contra 310 no ano passado. O furto de veículos também se manteve alto, com 912 casos (aumento de 24%).
Doação de sangue
Enquanto o ISP divulga os números, a criminalidade mantém a rotina. As últimas vítimas a chocarem o Rio foram o corretor de seguros Antônio Carlos Ribeiro Cardoso, 51 anos, e a estudante de jornalismo Débora Ribeiro Cardoso, 25 pai e filha baleados numa tentativa de assalto na Avenida Vinte e Quatro de Maio, no Engenho Novo, uma das vias mais movimentadas do subúrbio do Rio. Carlos corre o risco de ficar paraplégico, enquanto Débora, apesar do estado de saúde estável, preocupa os médicos: a jovem tem tipo sangüíneo A negativo um dos mais raros e precisa de doadores do mesmo tipo ou do O negativo.
O crime aconteceu por volta das 21h de domingo, quando os dois saíam de uma feijoada na Tijuca. Um grupo de homens armados à pé disparou contra o Honda Civic do pai de Débora que, por estar com a filha, acelerou o veículo, atingido por seis tiros. Uma das balas se alojou na coluna cervical de Carlos, que passou com sucesso por uma delicada cirurgia ontem. Ainda não se sabe se ele ficará paraplégico. Já Débora ainda não foi operada porque a bala está fixada próxima ao coração.
Após os disparos, eles ainda roubaram um Corsa preto que vinha em seguida. O veículo foi encontrado ontem próximo ao Zoológico com três corpos no porta-malas.
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