Segundo A Tarde Online, o governo do Estado do Pará reconheceu hoje a necessidade de mudanças na estrutura da Santa Casa de Misericórdia de Belém. No hospital, morreram 22 recém-nascidos na segunda metade do mês de junho. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde considera "que o quadro avaliado em levantamento preliminar da situação é preocupante e decorre de problemas históricos enfrentados pela instituição, que precisam ser urgentemente corrigidos." A nota revela uma constatação mais preocupante. A análise dos dados de mortalidade dos últimos três anos revela que a taxa na unidade neonatal da Santa Casa vem se mantendo. Em 2005, a taxa de óbitos foi de 14,3% no hospital. Em 2006, 17,5%, e em 2007, 16,2%.
A concentração de mortes de recém-nascidos na segunda metade do mês de junho no hospital, quando 22 bebês morreram em menos de 15 dias, é atribuída pelo governo do Pará a fatores como o alto risco de 80% das pacientes gestantes atendidas no local, ao acompanhamento médico insuficiente das gestantes, à falta de exames pré-natais e à "constante superlotação da Unidade de Terapia Intensiva". Médicos e gestores do hospital afirmam que o local trabalha com ocupação 50% maior do que sua capacidade. O governo do Estado admite também haver sérias deficiências na estrutura física e de profissionais da Santa Casa.
A possibilidade de se tratar de um surto infeccioso não é descartada. Segundo o diretor do Sindicato dos Médicos do Estado do Pará, Luis Sena, os alertas da entidade ao governo estadual são antigos. Para ele, trata-se de uma tragédia anunciada que poderia ter sido evitada caso as providências para sanar os problemas no local fossem tomadas antes. Hoje, a secretária de Saúde do Estado, Laura Rosseti, se reúne com médicos do sindicato e da unidade de neonatologia da Santa Casa para avaliar a situação.
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