O hospital do Barreiro pediu ao tribunal uma providência cautelar para retirar das suas instalações uma doente em coma vegetativo, internada há seis anos, e apresentou à família uma factura de 200 mil euros pelos 2168 dias de internamento, noticia Público.
O Hospital Nossa Senhora do Rosário (HNSR), que está em gestão corrente desde Janeiro de 2006, alega que a doente em causa sofre de encefalotapia anóxica (danos cerebrais irreversíveis por falta de oxigenação do cérebro), que está num estado "estável mas irreversível" e que, apesar de necessitar de cuidados de terceiros "permanentes", os médicos nada poderão fazer "em favor da sua evolução clínica".
A direcção do hospital argumenta que precisa da cama ocupada "para hospitalizar outros doentes". António Casanova, marido da doente Helena Casanova, garantiu à Lusa que apenas manteve a mulher no hospital pois não existia nenhum outro local com condições para a receber.
"Tenho que trabalhar para pagar as minhas dívidas pois há seis anos fiquei sozinho com a minha filha. O valor que o hospital me cobra não ganho eu em 20 anos de trabalho", disse o engenheiro mecânico de 54 anos. Helena Casanova, hoje com 53 anos, sofreu um acidente na piscina municipal do Barreiro no dia 21 de Março de 2001, local onde fazia terapia, tendo-se afogado e entrado em paragem cardio-respiratória, sem se conhecerem os motivos, sendo encontrada a flutuar por um outro utente do espaço.
Na altura, os bombeiros defrontaram-se com várias dificuldades para retirar o corpo para o exterior, pois as saídas estavam fechadas com barras de ferro.
A vítima teve que ser retirada pela recepção, depois de desviadas secretárias e outros equipamentos.
A doente ficou em coma profundo e no início de Maio de 2001 recebeu alta, depois de o seu estado ter sido considerado irreversível.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter