O corpo da estudiante brasileira Nara Veras Thomé da Frota, de 20 anos, tem que ser transportado para o Brasil após foi encontrada morta no fim de semana passado em Orlando, no estado americano da Flórida. A família vive há três dias a angústia de não ter informações precisas, como o dia da morte e a causa.
Nara viajou há cinco meses para fazer um intercâmbio em Naples. Ela voltaria a Fortaleza esta semana. Os pais foram avisados da morte, no sábado, pela mãe de uma amiga de Nara, que também estava na viagem.
O corpo foi encontrado perto de uma ponte, de onde ela teria caído. Segundo o pai de Nara, Francisco Thomé da Frota Filho, amigos contaram que o celular e a bolsa dela sumiram. Mas ele ainda não sabe se a filha foi assassinada durante um assalto.
"As informações estão muito vagas. Não sabemos dizer se ela levou um tiro, uma facada", disse o pai.
O tio de Nara, o ex-deputado estadual Manoel Veras, viaja hoje para Orlando, onde acompanhará as investigações e providenciará a liberação do corpo. Emocionalmente abalada, a mãe de Nara, Lúcia Maria Beserra Veras, não pôde acompanhá-lo porque não tinha visto para os Estados Unidos.
A família também não soube dizer se a necropsia foi concluída na segunda-feira, como estava previsto.
O desaparecimento da estudante foi notado por amigos na quinta-feira. Eles contaram à família que estavam com Nara no hotel onde ela se hospedara em Orlando e a convidaram para sair. Mas ela disse que ficaria preparando as malas. Por volta da meia-noite, ao retornarem, não a encontraram mais. Preocupados, procuraram a polícia, que só 24 horas depois tratou o caso como um desaparecimento. A família acredita que o corpo foi encontrado na sexta-feira.
Uma amiga dela fez a identificação.
Nara viajou para Naples em novembro, a fim de participar de um intercâmbio trabalhando numa rede de hotéis para aprender serviços gerais. Segundo o pai, o interesse dela era ganhar experiência vivendo fora de casa. No último telefonema, semana passada, a filha reafirmou que estava adorando a oportunidade. O intercâmbio já havia acabado e Nara decidiu viajar.
Orlando seria a última parada de Nara, antes de voltar para Fortaleza. De acordo com ele, a filha até combinou uma comemoração do aniversário do filho da prima, no próximo dia 26.
"Ela estava adorando, tinha viajado, comprou um computador portátil e tinha planos de comprar um carro quando retornasse", contou.
A estudante cursava o 6º semestre de psicologia na Universidade de Fortaleza (Unifor). Neste semestre, por causa do intercâmbio, a matrícula foi trancada. A professora Rosita Paraguassu, que deu aulas para Nara no curso de psicopatologia I, disse que Nara era uma aluna participativa e alegre. O nome de Nara foi escolha do pai e significa, segundo ele, aquela que está perto.
"Apesar de ter acontecido isso com ela, não condeno os pais que deixam os filhos viajar. A pessoa, quando está debaixo das asas dos pais, não tem muita autonomia. É um aprendizado de vida", disse o pai.
Da Agência O Globo
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