Criatura abissal do tamanho de um gato reaparece nas profundezas e intriga cientistas

Nas regiões mais profundas do oceano, onde a luz do sol jamais penetra e a pressão esmagadora desafia a vida, existe uma criatura que intriga a ciência há décadas: o Alicella gigantea, um crustáceo que pode atingir até 30 centímetros — o tamanho de um gato doméstico — mesmo vivendo a mais de 6.000 metros de profundidade.

De acordo com relatos recentes da imprensa científica, pesquisadores conseguiram observar e documentar novos espécimes dessa espécie rara em regiões profundas do Oceano Pacífico, graças ao uso de veículos submarinos não tripulados (ROVs).

O Alicella gigantea pertence à ordem dos anfípodes, crustáceos geralmente minúsculos, mas que nesta espécie ultrapassam todos os padrões de tamanho conhecidos. Sua aparência lembra a de um camarão inchado e translúcido, com membros alongados e carapaça resistente.

Por que esse animal cresce tanto?

Especialistas sugerem que o fenômeno se deve ao chamado “gigantismo abissal” — uma adaptação evolutiva observada em várias criaturas das profundezas, como vermes, isópodes e águas-vivas, que desenvolvem tamanhos acima da média para sobreviver em ambientes extremos com baixa competição, escassez de alimento e metabolismo lento.

A estrutura corporal do Alicella também revela detalhes fascinantes: ele possui exoesqueleto mais flexível, sistema digestivo eficiente para detritos orgânicos e uma capacidade de resistência térmica que o torna apto a suportar temperaturas próximas de zero grau Celsius.

Importância científica

Observar essas criaturas ajuda os cientistas a entender como a vida evolui em ambientes extremos. Além disso, os dados coletados podem ser aplicados em áreas como biotecnologia, biomateriais e exploração de compostos bioativos com potencial farmacêutico.

Curiosamente, o Alicella gigantea foi descrito pela primeira vez nos anos 1980, mas por muito tempo era considerado uma raridade quase mitológica, com poucos registros e nenhuma filmagem em tempo real. Agora, com a tecnologia avançada de exploração marinha, ele volta ao radar dos biólogos.

O estudo da vida abissal segue revelando segredos que mudam a forma como entendemos os limites da existência — mostrando que, mesmo onde tudo parece hostil, a natureza encontra caminhos surpreendentes para florescer.