Bolivianos contra ampliar mandato do regime golpista
La Paz, 16 jan (Prensa Latina) Organizações sociais na Bolívia repudiam hoje a decisão do Tribunal Constitucional Plurinacional de ampliar o mandato da autoproclamada presidenta Jeanine Áñez, até a instalação do novo governo depois das eleições de 3 de maio.
O presidente da Associação de Municípios de Cochabamba, Héctor Arce, anunciou que organizações afins ao Movimento Ao Socialismo (MAS) questionavam o prolongamento do regime golpista e avaliavam possíveis manifestações no próximo dia 22 de janeiro.
A dirigente Leonilda Zurita, da Confederação Nacional de Mulheres Camponesas Indígenas Originárias 'Bartolina Sisa', recordou na semana passada que Áñez terminava suas funções como senadora nesse dia e até o momento não existe nenhuma resolução que legalize sua nomeação como chefa de Estado.
Zurita enfatizou a meios de imprensa que a carta de renúncia do ex-presidente Evo Morales não foi debatida pela Assembléia Plurinacional e legalmente ele ainda é o presidente do país sul-americano.
Assim mesmo, anunciou possíveis manifestações da confederação para defender a democracia se o governo de facto se prolongar.
Por outra parte, o encontro ampliado nacional do Pacto de Unidade, composto por organizações sindicais afins ao MAS, aprovou em 12 de janeiro no centro mineiro de Huanuni (Potosí) organizar mobilizações pacíficas a partir do dia 20 deste mês contra essa decisão.
Durante o encontro, foi reafirmada a unidade da classe operária, indígenas, organizações e transportadoras que conformarão coordenadoras de defesa da democracia, publicou o jornal El Potosí.
O ex-presidente Evo Morales denunciou sexta-feira passada a ilegalidade de prorrogar o mandato das autoridades de facto de seu país, cuja gestão, de acordo com a Constituição, temrina no dia 22 de janeiro.
A renúncia forçada de Evo Morales, vencedor das presidenciais de 20 de outubro, impedirá a chegada de um novo governo em 22 de janeiro, por isso o cargo deve ser assumido pela chefa do Tribunal Supremo de Justiça, María Cristina Dias, quem tem evitado o tema até agora.
'Pelo voto do povo e pela Constituição, termina o mandato das autoridades legislativas em 22 de janeiro. Nenhum órgão do Estado Plurinacional pode ampliar o mandato acima da CPE (Constituição Política do Estado)', escreveu Morales em sua conta no Twitter.
'Os que o prorroguem, violarão a lei e responderão à justiça cedo ou tarde', concluiu na mesma rede social.
Áñez foi designada presidenta transitória do país andino sem o aval do parlamento dois dias após a renúncia forçada de Morales, no meio de protestos gerados por um relatório incompleto da Organização de Estados Americanos (OEA) que apontava a uma fraude eleitoral nas eleições bolivianas, o que foi depois desmentido.
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