Programação da XXV marcha camponesa paraguaia
Assunção, (Prensa Latina) A tradicional marcha dos camponeses paraguaios para exigir uma reforma agrária e outras reivindicações começou nesta quarta-feira (21) a ganhar vida em sua 25a edição, quando seus participantes se concentram nesta capital.
Em caravanas provenientes do norte e leste do país, os trabalhadores rurais começam a chegar na cidade para se reunir no prédio do antigo Seminário Metropolitano.
Dirigentes do evento farão o lançamento de um Programa Nacional de Produção Hortícola, na praça da Democracia, dirigido ao Ministério de Agricultura e Pecuária.
A organizadora da manifestação, a Federação Nacional Camponesa (FNC), assegurou que previamente informou e coordenou com as instituições sobre a responsabilidade de ordenar o trânsito e não causar inconvenientes.
O programa desta quarta-feira inclui a habilitação de stands de mulheres, jovens e educadores para mostrar a situação destes setores do campo paraguaio, bem como a realização de um debate sobre poder popular.
Às 08:00 horas (local) da manhã está prevista a partida da marcha e terá uma parada na central e ampla Praça Uruguaia, de onde horas depois seguirá até a Praça da Democracia, no Centro Histórico, para o ato central.
Por Reforma Agrária, Elegemos Poder Popular, é o lema que ano após ano alça a FNC para esta manifestação, até agora ininterrupta por 25 anos.
Fontes do agrupamento explicaram à Prensa Latina como desde seu início esta expressão de força do campesinato em busca de suas reivindicações foi proposta como uma expressão política desse setor populacional.
Isso significa, acrescentaram, que não se esgota na reivindicação da agremiação, em uma visão nitidamente setorial, mas traz consigo 'a dor e as penúrias pelas quais atravessa nosso povo e uma proposta política para transformar nosso país e construir uma nova sociedade, uma pátria nova'.
Destacaram como nessa trajetória, a marcha da FNC foi protagonista de grandes lutas populares no Paraguai e citaram, entre elas, pela remissão da dívida dos trabalhadores rurais no âmbito da reativação produtiva nacional.
Igualmente, a conquista de mais de 200 mil hectares de terra que hoje 'são assentamentos floresccentes com produção camponesa, escolas, estradas, eletricidade, moradia, tudo como resultado da organização e da luta', expressaram.
Durante estes anos a marcha também trouxe consigo a elaboração e apresentação de programas de desenvolvimento independente e soberano aos governos de turno, e desta vez corresponde ao dirigido à produção hortícola, acrescentaram.
Em relação à bandeira da reforma agrária, afirmaram que essa constitui o único caminho para transformar 'a realidade imposta pela oligarquia e pelos países imperialistas para nosso país dominado'.
Ante esse panorama, destacaram, 'o que fica é ir construindo um caminho com o povo como única garantia de um salto quantitativo para a transformação'.
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