Enquanto o governo nacional, fiel representante da oligarquia colombiana e do imperialismo norte-americano, insiste em subestimar o cru genocídio contra o povo colombiano, e os meios de comunicação afeitos ao regime capitalista guardam covarde e pusilânime silêncio, os distintos setores populares, campesinos e indígenas desta república sofrem em carne própria a carnificina humana programada desde as alturas do poder político e econômico neste país sul-americano.
Nelson Lombana Silva
Fonte: pacocol.org
Tudo indicaria que é um sinistro plano encaminhado a semear o terror entre o povo colombiano com o fim de atemorizar a verdadeira oposição e de passagem subtrair imagem à esquerda, especialmente ao partido Força Alternativa Revolucionária do Comum [FARC].
Seríamos demasiados ingênuos se pensássemos que o massacre de seis campesinos e mais de cinquenta feridos no estado de Nariño é simplesmente o acionar de alguns policiais isoladamente, algumas poucas frutas podres, que só em arrancá-las se resolveria o problema de terrorismo de Estado que a Colômbia vive.
O mesmo disse o governo da Colômbia de Virgilio Barco Vargas durante o cruel genocídio contra a União Patriótica. Julio Cesar Turbay Ayala já tinha dito cinicamente na Inglaterra que o único preso político em Colômbia era ele.
A constante é a maneira cínica como os governos do regime mentem ao povo e à comunidade internacional, à ponta de mentiras nem sequer bem elaboradas, persistem na cruel tese de inverter os valores, de tal maneira que as vítimas são vitimários e os vitimários vítimas. Quer dizer, o governo é o bom e o povo se torna sendo o mau.
Dita mentira repetem-na as hordas midiáticas até o cansaço que o povo completamente alienado em forma mecânica termina repetindo tamanha desfaçatez com que ímpeto.
E enquanto o governo da boca pra para fora fala de paz, todas as suas ações são de guerra. Aprova um salário mínimo de fome, dispara o orçamento militar em vários bilhões para o ano entrante, diminui investimentos sociais como saúde, educação, cultura, ciência e esporte. Faz caso omisso às sete bases gringas em território nacional, inclusive alguns falam que são 21 e mais. O paramilitarismo continua intrépido fazendo crueldades, a corrupção alcança índices dramáticos e a politicagem impulsa partidos da morte como o Centro Democrático ou candidatos de terror como Germán Vargas Lleras.
Para completar, o que está saindo se anuncia treinamentos conjuntos entre militares gringos, de Brasil, Peru e Colômbia na zona da Amazônia, justamente região próxima à irmã República Bolivariana de Venezuela. O esbanjamento é imenso nestas infelizes práticas. No entanto, isso não é tão preocupante como a tendência de converter a Colômbia em cenário para agredir a outros países e povos irmãos por ordem expressa dos Estados Unidos.
Colômbia é um paiol devido à sua falta de independência e de dignidade nacional, é uma marionete dos Estados Unidos, que se move perigosamente ao vaivém da mente febril e enfermiça de Donald Trump. A paz internacional pende de um fiozinho. Imagine-se um demente cuidando de um arsenal bélico nuclear.
No entanto, o povo não pode se imobilizar pelo pânico e o terrorismo de Estado, deve fazer ingentes esforços por mobilizar-se em massa, com decisão e consciência de classe. Nessa dinâmica devem assumir papel de primeira ordem as esquerdas, prodigalizando-se a fundo em torno da unidade. Não é tempo para pequenezes e discussões bizantinas. Há que atuar agora, antes que seja demasiado tarde. Os violentos não podem ganhar a partida, os pacifistas e os partidários da paz com justiça social devem ganhá-la. Há que persistir, porém já.
tradução > Joaquim Lisboa Neto
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