Menopausa precoce facilita o crescimento de proteínas no cristalino que induzem à catarata, diz metanálise. Os hormônios sexuais femininos estão relacionados a muitas funções no organismo da mulher, inclusive à visão. A síndrome do olho seco na pós-menopausa é o problema ocular mais conhecido, mas não é o único.
Os hormônios sexuais femininos estão relacionados a muitas funções no organismo da mulher, inclusive à visão. A síndrome do olho seco na pós-menopausa é o problema ocular mais conhecido, mas não é o único.
Doenças do sistema reprodutor como a ooforite (inflamação dos ovários provocada por caxumba) ou a SOP (Síndrome do Ovário Policístico) que leva às disfunções do LH (hormônio luteinizante) e do FSH (hormônio folículo estimulante) podem interferir na saúde dos olhos quando provocam menopausa precoce.
Isso porque, a menopausa precoce, interrupção da menstruação antes dos 45 anos, aumenta o risco de catarata, doença que torna o cristalino turvo e responde por 47% dos casos de cegueira no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Esta é a conclusão de uma metanálise que acaba de ser concluída pelo oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, que revisou 16 estudos realizados entre 1992 e 2007. sobre os efeitos da TRH (Terapia de Reposição Hormonal) na saúde da mulher,
O especialista explica que a menopausa precoce predispõe à catarata prematura porque o epitélio (camada externa) do cristalino tem receptores de estrogênio capazes de inibir proteínas chamadas de fatores de crescimento, como o TGF-beta, que induzem à doença. Não quer dizer, ressalta, que toda mulher que tem menopausa precoce deva fazer reposição hormonal para proteger a saúde dos olhos. Isso porque, é necessário diagnosticar a causa da queda de hormônios que em muitos casos requer outras terapias. O especialista diz que este é o caso da ooforite e da SOP, dos hábitos que alteram as funções ovarianas e oculares como as rotinas estressantes, fumar ou ingerir bebidas alcoólicas, ou ainda das alterações sistêmicas como o diabetes e disfunções da tireóide.
Mudança Repentina de Peso Sinaliza Perigo
Perda ou ganho de peso repentino é um dos sinais de disfunções da tireóide que podem interferir na saúde ocular e na produção dos hormônios sexuais femininos. Nem sempre estas alterações ocorrem simultaneamente, mas a disfunção da tireóide, sem qualquer outra alteração conjunta. representa maior risco para a visão da mulher, comenta Queiroz Neto. A estimativa é de que 3% da população feminina tenham menopausa precoce, enquanto dados do SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) apontam que 10% das mulheres de até 40 anos têm disfunções da tireóide que na maioria dos casos são provocadas pelo consumo de sal acima das 6 gramas diárias recomendadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde). O médico explica que o excesso de sal eleva a concentração de sódio no organismo e isso aumenta em 53% o risco de catarata por dificultar a manutenção osmótica das células do cristalino. As dicas de prevenção são:
Quando a disfunção da tireóide já está instalada, além da mudança de hábito alimentar é necessário acompanhamento de um endocrinologista para evitar sérios danos à saúde. A disfunção só é temporária entre mulheres que acabaram de ter um filho.
Nova Tecnologia Melhora Resultado da Cirurgia de Catarata
Em março deste ano chegou ao Brasil a lente intra-ocular multifocal tórica indicada para a correção da visão de perto, meia distância e de longe para quem é portador de astigmatismo, deformação da córnea que altera o eixo central da visão e torna as imagens de perto e longe desfocadas. O especialista diz que um estudo realizado na Alemanha com 48 pacientes mostra que a nova lente tem boa estabilidade e por isso melhora a visibilidade no trânsito. Ele diz que ainda que todos os cuidados preventivos sejam tomados, a catarata é inevitável com o avanço da idade. A boa notícia é que as novas lentes podem eliminar a necessidade de usar óculos para um número maior de pessoas. Isso porque o envelhecimento aumenta a incidência do astigmatismo.
Eutrópia Turazzi - LDC Comunicação
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