Dr. Eugénio Costa Almeida
De acordo com António Bento Bembe (BB), o auto-intitulado responsável do Fórum Cabindense para o Diálogo - outros auto-intitulados responsáveis dizem que BB já não os representa -, numa peça da "RTP-África/Repórter", em Cabinda já não tem qualquer guerra, o que contraria recentes declarações do general Nunda, mas o que existe são, tão-somente, marginais contestatários da vida miserável que têm.
Ora, o Chefe de Estado-Maior das FAA, general Geraldo Sachipengo Nunda, no final de 2011, alertava para os problemas militares que se verificavam no Enclave - deserções de militares angolanos, confraternizações indevidas, captura de guerrilheiros independentistas - e anunciava que um dos objectivos prioritários das FAA e do seu Comandante-em-Chefe, José Eduardo dos Santos, era "a pacificação da província de Cabinda".
Há aqui uma clara inversão de opiniões.
Ou o actual Secretário de Estado angolano para os Direitos Humanos, senhor Bento Bembe, não estará a ser bem informado pelos seus próprios colegas do Executivo, bem assim, pelo líder desse mesmo Executivo - o mesmo que é Comandante-em-Chefe das FAA -, ou o senhor general Nunda está a ver conflitos a mais onde não já existem...
De qualquer das formas há algo que BB tem toda a razão.
É que a existência dos tais marginais insatisfeitos com a sua situação só ocorre porque, provavelmente, a riqueza extraída da província não estará a ser devidamente redistribuída por toda a população, como seria natural e expectável num Estado democrático!
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