Brasil: Nova geração de exilados

Brasileiros que deixaram país ameaçados pela extrema direita integram 'nova geração de exilados', diz The Guardian

'Há uma caça às bruxas no Brasil', afirmou Marcia Tiburi, escritora e professora universitária, que deixou país após receber informações de que estava sendo vigiada por milícias do Rio de Janeiro

Opera Mundi

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Uma nova geração de exilados do Brasil", é como o jornal britânico The Guardian chama os ativistas políticos brasileiros que deixaram o país após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, e a ascensão de movimentos de extrema-direita.

Em reportagem publicada nesta quinta-feira (11/07), o periódico traz entrevistas com algumas das personalidades que foram ameaçadas em decorrência de suas atividades políticas e deixaram o Brasil.

O ex-deputado pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol) Jean Wyllys, que abriu mão de seu mandato na Câmara dos Deputados e deixou o Brasil em janeiro de 2019, disse que foi ameaçado diversas vezes e foi vítima de notícias falsas.

"Eles disseram claramente que eu morreria quando Bolsonaro se tornasse presidente", afirmou Wyllys, que chegou a andar com escolta policial ainda no Brasil.

"Há uma caça às bruxas no Brasil", afirmou Marcia Tiburi, escritora e professora universitária, que deixou o país após receber informações de que estava sendo vigiada por milícias do Rio de Janeiro.

Segundo o jornal britânico, Débora Diniz, professora da Universidade de Brasília, foi a primeira personalidade a deixar o Brasil após receber ameças e agressões virtuais devido à luta pelo direito das mulheres.

"Deixar o Brasil teve um impacto tremendo. É uma experiência horrível", disse Diniz, que recebeu mensagens que ameaçavam de morte ela e seus alunos.

"Eu não queria sair. Foi uma fuga. Pessoas como eu não estão a salvo no Brasil de hoje", foi o que declarou Anderson França ao jornal. O escritor, que ganhou fama no Facebook, se mudou para Portugal logo que Bolsonaro foi eleito em razão de frequentes ameças racistas que recebia. Em 2017, França foi forçado a cancelar participação na Flip por ameaça de morte.

A reportagem do Guardian ainda lembrou que "décadas depois" do regime ditatorial no Brasil (1964 a 1985) exilar grupos ligados a esquerda, hoje, "proeminentes esquerdistas e ativistas brasileiros" saíram do país após ameaças de extremistas de direita e "apoiadores do presidente Jair Bolsonaro".

O jornal destacou a força de fóruns de "alt-right" (direita alternativa), ou neo-nazistas, que debatem sobre temas como pedofilia, estupro e assassinato de mulheres, planos de massacre em escolas e dicas de suicídio.

(*) com Revista Fórum

Veja também:

http://www.patrialatina.com.br/brasileiros-que-deixaram-pais-ameacados-pela-extrema-direita-integram-nova-geracao-de-exilados-diz-the-guardian/

 

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