"Voltando à vaca fria" (III)

"Voltando à vaca fria"  (III)

                                      A SAGA presidencialista

Começo essa nossa conversa, com a interjeição usada para ordenar ou incentivar normalmente um ou mais animais em manada: - Hei...Hei..., com a mesma quer por em movimento mais uma vez a nossa vaca malhada que necessita de algum aquecimento nestes dias de tanto frio. Ruminando, com alguma impaciência recordou-me que sobre o subtítulo da nossa última redacção "Uma Revisão ¨Sine die¨, poderia ter o seu seguimento com o escolhido para hoje "a Saga presidencialista".

Pessoa amiga, chamou-me a atenção para ser mais terra à terra nas minhas explanações pois que, alguns dos nossos amigos leitores, poderiam não acompanhar a minha verborreia por vezes demasiado complicada e como tal não acompanharem o texto até ao fim. Se assim sucede penitencio-me junto dos mesmos.

SAGA porquê? Porque está na moda nalguns programas televisivos.  Saga significa lenda ou aventura, consistindo na descrição de histórias nas quais os seus  personagens, são ou se tornam famosas nas acções que julgam importantes de um herói que tenha sido digno de manter-se na memória de seu povo. Entretanto, há sempre um, entretanto, sai-lhes o tiro pela culatra para não empregar outro provérbio que também lhes cairia como uma luva e que, os nossos leitores muito bem conhecem referindo o cãozinho que se leva à rua para ...

A SAGA denominada de "presidencialista" tem como figurantes principais alguns dos presidentes da república portuguesa e, a sua interpretação como figurantes principais no desenrolar do processo de revisão constitucional, da lei primeira da república a que querem ficar eternamente ligados, tal figuras épicas, mas dantescas.

Desde a implantação revolucionária da III República Lusíada temos tido alguns exemplares interpretes do presidencialismo centralista, colonialista e jacobino. Parecem administradores de uma empresa cuja capital pertence a terceiros, como cada vez mais se vê. O único património de que fazem alarde não lhes pertence. Ele é, o nosso Mar, o nosso Espaço Aéreo, o nosso Solo, a nossa posição Geoestratégica.  Ele, é os Açores na sua beleza e no seu esplendor. Ele pertence do Povo açoriano, da sua soberania e de mais ninguém.

Mas... Hei! prá frente ouço a "boneca": - vamos à SAGA presidencialista referenciando os seus mais queridos apreciadores dos "Açores meus amores" e, o que os marca nos possessivos sentimentos dos "Sete Magníficos" que de 1974 até à data de hoje protagonizaram e protagonizam a partilha da histórica SAGA.

Quatro se destacam, na representação de Portugal com a procuração da maioria dos seus cidadãos, chamando a si a defesa intransigente da posse constitucional de algo que teimosamente chamam de parte integrante de um todo nacional levados pela condição imposta na Constituição da sua República e do estado unitário referido na mesma quando legislaram a Autonomia de dois arquipélagos que nada de comum têm a ver com Portugal, que não seja, a língua de Camões.

Assim, dos primeiros dois presidentes, porque nomeados pela então Junta de Salvação Nacional como garantes da mudança de regime, (Presidência Militar) nada a dizer, o primeiro presidiu 4 meses. O segundo, "rolha aqui, desrolha ali" foi dando uma no cravo e outra na ferradura acabando por aguentar dois anos, menos um mês ao serviço, satisfazendo assim o período conturbado do chamado de PREC. Do terceiro, General Ramalho Eanes, dando inicio à chamada "presidência institucional ", a "democraticamente eleita" embora ainda contasse com o apoio dos militares moderados do MFA. De Ramalho Eanes, não recordamos durante os seus dois mandatos qualquer hostilização aos anseios autonomistas dos açorianos. Dele ... esqueceremos o desentendimento com um grupo de açorianos ainda quando da sua primeira campanha eleitoral, ali para as bandas da Fajã de Cima.

No quarto da lista temos o início à posse politica da presidência da república quer queiram quer não, mesmo com a tão badalada invocação de quererem ser, "presidente de todos os portugueses e portuguesas" de ar "bonacheirão" Mário Soares só uma vez e antes de ser presidente de todos os portugueses e portuguesas teve a infeliz ousadia de num dos seus discursos dividir os açorianos, fazendo a "capciosa" pergunta de que se os terceirenses preferiam ser governados por Lisboa ou por São Miguel.  Deus, em quem ele não acreditava, lhe perdoe por tão grande maldade.

Maiores razões para as acusações à SAGA presidencialista contra a nossa luta pela justa reforma da Constituição, vêm durante com a "oligarquia partidária" identificada com as forças políticas que apoiam o Presidente da República que em funções, puxa a brasa à sua sardinha.

Jorge Sampaio com o seu carisma e ar de menino de coro, feito tal "chef" categorizado, na sua intervenção aquando das comemorações Dia da Região em 2003, no dia 9 de Julho, em Ponta Delgada., deixou como receita para uma futura revisão da constitucional a afirmação "os Açores já têm autonomia quanto basta".  Estávamos presentes, não aplaudimos, mas muitos infelizmente o fizeram. O sexto personagem da nossa Saga, tinha e tem, de sua graça   "Cavaco" Silva, foi quase garantidamente o  mais acérrimo inimigo do ideal autonómico a esse devemos a afronta de fazer uma declaração ao que chamam país quanto à pouca vergonha que era os açorianos serem considerados como Povo.

Agora, temos Marcelo a não perder a ocasião para dizer preto no branco depois de uma presença de afirmação colonialista acompanhada de exercício militar e da exortação de que aqui também é Portugal anunciando a celebração do 10 de Junho nos Açores, nomeadamente em Ponta Delgada, não esquecendo à sua despedida, afirmar (só não sei porque não o fez do cume do nosso Pico para que todo o mundo o escutasse que " o que está na Constituição, está bem" e que não estão reunidas condições para um acordo de revisão da constituição, que permita o aprofundamento da autonomia bem como a criação de partidos regionais"

Tudo nos conformes as regras de quem manda e, perante os seus circunspectos assistentes: - Governo (de que repudio o Regional), deputação e quejandos. 

Ah! Esquecia-me, S.Exa. num gesto de reconhecimento público, convida através da Delegação da Liga dos Combatentes uma representação de antigos combatentes a integrarem o desfile militar do dia 10 de Junho, em lugar de honra. Mais uma ... Acção psico-social das forças armadas sediadas nos Açores. Não será que nas vistas que S.Exa. já nos fez, não teve ocasião de homenagear os nossos combatentes no dito Ultramar, visitando o monumento erguido por nós honra dos mesmos?

Ribeira Seca - RGR

2018-03-21

José Ventura

O autor por opção não respeita o acordo ortográfico

 

Preparado por

Flávio Gonçalves

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