A agência "Interfax" informou que, de acordo com a Promotoria militar da Rússia, 315 soldados se suicidaram no ano passado, e 246 em 2004.
Os suicídios são conseqüência direta dos maus tratos sofridos pelos recrutas por soldados veteranos, segundo organizações de direitos humanos.
Além disso, outros 39 soldados russos morreram no mês passado em acidentes de trânsito, incidentes com armas de fogo, atos de imprudência ou assassinados.
A União do Comitê das Mães de Soldados (UCMS), que fiscaliza os direitos dos militares desde 1989, afirma que mais de mil recrutas morrem anualmente no Exército russo, na maioria vítimas de trotes.
Em relação aos dados sobre mortes entre os militares, os atuais números superam o número de baixas sofridas pelo Exército russo na república da Chechênia desde outubro de 1999.
Os ativistas acusam o ministro da Defesa russo, Serguei Ivanov - também vice-primeiro-ministro e um dos candidatos a suceder o presidente russo, Vladimir Putin, em 2008 -, de tentar sabotar os planos de profissionalização do Exército russo.
"Ivanov quer duplicar o número de recrutas para 1,5 milhão incluindo pessoas que concluíram os estudos ou que estejam desempregadas", denunciou recentemente Valentina Mélnikova, presidente da UCMS.
As precárias condições de vida nas instalações militares e a extorsão praticada pelos militares veteranos levam muitas famílias russas a pagar milhares de dólares ou enviar seus filhos para o exterior para conseguirem dispensa do serviço militar.
O caso de Andrei Sichov, de 18 anos, agravou a má imagem do Exército russo entre os jovens. Sichov foi agredido ao chegar à Escola Militar de Tanques em Chelyabinsk, oeste da Sibéria, e em conseqüência perdeu as duas pernas e os órgãos genitais.
Segundo pesquisa de opinião divulgada hoje pela imprensa russa, mais da metade dos russos é contra o serviço militar obrigatório e a favor da criação de um Exército profissional.
Segundo Último segundo
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