Pelo menos 182 pessoas morreram e centenas feridas em ataques contra alvos Xiitas no dia de Aashoraa, o dia mais importante no calendário deste grupo religioso que celebra Hussein ibn Ali.
Na cidade santa de Karbala, onde Hussein ibn Ali, o neto do profeta Maomé, foi martirizado em 680 DC, cinco ataques com bombas causaram a morte de pelo menos 112 pessoas e centenas de feridos. Relatórios de testemunhas oculares indicam que dois mesquitas foram alvos de ataques por bombistas-suicidas, quando estavam cheios de fiéis durante cerimónias no dia em que mais que dois milhões de Xiitas tinham viajado para a cidade.
Simultaneamente, na cidade capital, Bagdade, 70 pessoas morreram num incidente parecido, também numa área xiita da cidade. Há mais que cem feridos. Um soldado norte-americano foi morto num ataque separado noutro ponto da cidade.
Analistas realçam que as características destes ataques demonstram um alto grau de capacidade no planeamento e coordenação: os perpetradores destes ultrajes podem movimentar-se a vontade, escolher o alvo e escolher até a hora mais favorável, o meio da manhã na hora local, ganhando assim máxima cobertura durante o dia nas agências noticiarias.
Um facto é claro não é o Saddam Hussein que está a coordenar estes ataques. É um esforço deliberado para provocar a comunidade Xiita a fazer uma represália e depois causar um ciclo de violência, desestabilizando o país e semeando o caos, criando as condições mais favoráveis para uma tomada de poder dum grupo extremista.
Se os Estados Unidos da América e o Reino Unido não tivessem tido tanta pressa em lançar-se numa guerra e se tivessem respeitado os acordos internacionais a que são vinculados, os extremistas nunca teriam entrado no Iraque, que seria hoje ainda um país estável.
Mais um desastre da política externa de Washington.
Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru
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