Com o avanço cada vez maior do Facebook nas comunicações entre usuários da internet, muitas ideias são divulgadas, políticas inclusive.
Abro a página da rede e vejo, em tamanho grande, uma postagem da atriz Daniela Escobar. Normalmente, artistas participam com destaque da vida política nacional, e a bela gaúcha não escondeu o que pensa. "Não é a política que faz o candidato virar ladrão. É o seu voto que faz o ladrão virar político."
Sem dúvida uma opinião radical, mas plenamente justificável. O fato de Renan Calheiros ter-se eleito presidente do Senado Federal, com larga vantagem de votos, está irritando bastante o eleitor brasileiro. Renan toma posse num dos mais destacados e importantes cargos da nação logo após ser denunciado pelo Procurador-Geral da República como autor de crimes praticados contra a administração pública.
O fato é irritante. Para escapar de punição, ele foi obrigado a pedir sua saída do Senado, há poucos anos, exatamente pelos fatos que está sendo denunciado agora. Apuração naquela casa legislativa mostrou que o senador havia praticado peculato, entre outros crimes. O crime de peculato é aquele onde o funcionário desvia dinheiro, para si ou para outrem, dos cofres públicos.
Ora, não tem o menor cabimento o quarto mandatário do poder público deixar o recinto do Senado para responder no Supremo Tribunal Federal, por crimes onde dificilmente conseguirá ser absolvido.
É este o principal motivo que está levando, no momento, o povo esclarecido à revolta, como no caso da Daniela e muitos outros. Incrível como na atualidade o poder público anda em franco declínio, mundo afora. Quem assiste noticiário internacional, através de canais fechados de televisão, pode perceber com facilidade que o cafajeste tomou conta das bancadas, inclusive da famosa assembleia francesa, onde tipos estranhos, deselegantes e com ares não menos suspeitos do que qualquer colega brasileiro ou de outra nacionalidade, discutem com cinismo os grandes problemas nacionais dos seus países.
O povo paga as custas dos desmandos.
Jorge Cortás Sader Filho é escritor
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter