Ameaças imperialistas

Equador espera reunião de Unasul, ALBA e OEA por ameaça britânica

Quito, (Prensa Latina) O ministro das Relações Exteriores, Ricardo Patiño, informou nesta quinta (16) que no próximo final se semana poderá ser realizada a reunião urgente solicitada a vários organismos regionais depois da ameaça britânica de entrar em sua embaixada em Londres.

O diplomata confirmou a convocatória à União de Nações Sul-americanas (Unasul), a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) e a Organização de Estados Americanos (OEA), diante da possibilidade de que o Reino Unido invada a embaixada diplomática equatoriana para prender Julian Assange.

Patiño afirmou que os secretários-gerais e a presidência desses três organismos acolheram o pedido de Quito, motivo pelo qual espera que possa ser concretizada a reunião da Unasul e da ALBA no sábado e no domingo neste país.

 

No caso da OEA, assinalou que o secretário-geral, José Miguel Insulza, expôs que convocará um encontro extraordinário nos próximos dias para avaliar a solicitação.

"Esperamos que a OEA neste caso possa dar a resposta que deve dar", enfatizou em uma conferência de imprensa com os meios credenciados nesta capital depois de ter concedido asilo ao jornalista australiano.

Patiño avaliou a possibilidade de ir à Corte Internacional de Haia para dirimir esta situação caso o governo britânico se negue a conceder a Assange o salvo-conduto para que deixe a sede diplomática e viagem ao Equador, após a concessão nesta quinta-feira do asilo solicitado pelo mesmo.

O Equador espera que estes organismos internacionais se pronunciem à respeito do comunicado do Reino Unido de suas supostas faculdades para prender o fundador do Wikileaks no interior do recinto diplomático, no caso de que ele não seja entregue.

Por sua vez, o governo britânico adiantou em sua Ajuda Memória endereçada ao Equador de que não entregará a permissão para que Assange viagem ao país, depois de permanecer na embaixada equatoriana em Londres desde 19 de junho deste ano.

Também em declarações desde Londres, afirma que não procederá com esse pedido porque o Governo tem o dever de extraditar ao australiano à Suécia, onde é reclamado para ser interrogado devido a supostos delitos sexuais.

O Equador ratificou sua posição frente às ameaças do Reino Unido e asseverou que não é possível permitir que o processo de estudo e conversas amistosas com esse governo sobre o asilo de Assange se veja entorpecido e debochado por uma comunicação oficial que agride ao Equador.

Patiño expôs que também não é possível admitir que a reação dos porta-vozes oficiais sobre a queixa pública por comportamento tão impróprio se reduza à "feliz" declaração de que só estão sendo honestos com sua posição.

Tais declarações, afirmou Patiño, são mais ou menos dizer "vou te bater selvagemente, mas se você se comportar bem, pode ser que não te bata selvagemente. Depende de como você se comportar".

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