Farra sexual de Silvio Berlusconi com sete mulheres, de uma só vez, coloca o primeiro-ministro italiano no banco dos réus
Por ANTONIO CARLOS LACERDA
Correspondente Internacional
MILÃO/ITALIA (PRAVDA.RU) - Justiça da Itália decide colocar no banco dos réus o primeiro-ministro Silvio Berlusconi sob a acusação de prostituição de menores. Berlusconi promoveu uma 'farra sexual' com sete mulheres, seis delas brasileiras, duas menores de idade. Em cenário narrado por uma cafetina como cinematográfico, as sete, em fila, foram 'pegas' uma a uma por Berlusconi.
A decisão em processar Silvio Berlusconi foi da juíza Cristina Di Censo. Ela decidiu julgar imediatamente o primeiro-ministro italiano por prostituição de uma jovem marroquina de 17 anos e por abuso de poder no escândalo sexual conhecido como "Rubygate".
O julgamento está marcado para iniciar em 6 de abril, segundo determinação da juíza. A decisão é a primeira da longa lista judicial de Berlusconi desde a mudança na lei do legítimo impedimento - artigo que permitia a Berlusconi alegar compromissos oficiais para não ir a audiências, que eram adiadas por até seis meses, e que o primeiro-ministro usava frequentemente como escudo legal.
Com a mudança aprovada recentemente pelo Tribunal Constitucional, Berlusconi pode alegar incompatibilidade de agenda, mas cabe aos magistrados definir se o compromisso justifica adiar a audiência. A mudança derrubou ainda a obrigatoriedade de que a prorrogação da audiência seja de seis meses.
Berlusconi já enfrentou vários julgamentos relacionados a fraudes e corrupção no mundo dos negócios, mas esta será a primeira vez que o empresário bilionário de 74 anos será julgado por conduta pessoal.
Promotores de Milão dizem que Berlusconi pagou por sexo a um "número significativo" de jovens mulheres, incluindo a dançarina marroquina Karima El Mahroug, apelidada de Ruby, quando tinha 17 anos.
Os promotores dizem, também, que ele depois exerceu uma pressão indevida sobre policiais para que a jovem fosse libertada de uma delegacia de polícia em Milão após ter sido detida sob acusações de roubo, e que Berlusconi temia que seu relacionamento com a marroquina fosse revelado em interrogatórios.
Berlusconi nega qualquer irregularidade e diz nunca ter pago por sexo. Segundo ele, promotores de esquerda motivados politicamente o estão perseguindo e tentando destruir sua carreira. Até agora, o primeiro-ministro italiano tem se negado a prestar depoimento nas investigações do caso Rubygate.
O escândalo surgiu em um momento difícil para o primeiro-ministro, cujo poder foi enfraquecido por um racha em seu partido, 'O Povo pela Liberdade', no ano passado, que custou a ele uma maioria segura no Parlamento. As últimas pesquisas de opinião mostram que a investigação prejudicou Berlusconi, mas ainda não causou um golpe 'mortal' politicamente contra ele.
Em 2009, Berlusconi enfrentou vários escândalos envolvendo sua vida pessoal. Diversas fotos de festas realizadas em suas mansões e que mostravam jovens de topless foram publicadas na imprensa italiana e internacional.
Em maio do ano passado, sua segunda mulher, Verônica, pediu divórcio acusando-o de ter casos amorosos com menores de idade, depois de surgirem fotos de Berlusconi na festa de 18 anos de uma aspirante a modelo. Berlusconi negou ter tido um caso com a moça.
Em julho, a acompanhante Patrizia D'Addario disse ter recebido dinheiro para ir a uma festa em uma mansão de Berlusconi, em Roma, e que havia dormido com ele. Berlusconi diz não ser "nenhum santo", mas garante que nunca pagou por sexo.
ANTONIO CARLOS LACERDA é o Correspondente Internacional do PRAVDA.RU no Brasil. E-mail:- [email protected]
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