A Assembléia Nacional de Cuba começou a estudar um projeto de lei apresentado pelo Centro Nacional de Educação Sexual (CENESEX) que garante direitos a homossexuais, uma das minorias mais vulneráveis do país, segundo BBC Brasil.
O projeto, que está sendo estudado pelas comissões correspondentes, propõe três direitos básicos: o reconhecimento legal de casais homossexuais, a possibilidade de que transexuais possam mudar o nome oficialmente e o reinício das operações de mudança de sexo.
Se o projeto for aprovado na próxima sessão geral do parlamento, entre junho e julho, será um grande avanço no país em que até 30 anos atrás homossexuais eram presos e onde até hoje sofrem preconceito.
Até hoje, apenas um transexual conseguiu mudar de sexo no país, e cerca de 30 aguardam a aprovação da lei.
O projeto de lei em discussão também prevê mudanças no Código de Família, que inclui o reconhecimento de maiores direitos para crianças, mulheres, idosos, deficientes e "garante o direito das pessoas segundo sua orientação sexual e identidade de gênero", segundo a diretora do CENESEX Mariela Castro, filha do ex-presidente Fidel Castro.
O ministro da Cultura, Abel Prieto, disse à imprensa que seria possível aprovar o casamento, mas o presidente do Parlamento, Ricardo Alarcón, afirmou que é preciso levar em consideração não apenas os católicos, mas todas as religiões cristãs "que consideram o casamento como um sacramento".
Os homossexuais são uma das minorias sociais mais marginalizadas de Cuba. Desde a revolução, quando o governo passou a adotar estratégias para integrar socialmente negros e mulheres, os homossexuais foram reprimidos.
Ser homossexual também era impedimento para obter trabalho em setores como o da educação, cargos de direção e, muitas vezes, trazia problemas para estudar em alguns centros.
No momento, não há nenhuma lei de amparo ao direito dos homossexuais em Cuba, o que os deixa a mercê de qualquer pessoa homofóbica que, em cargo de autoridade, possa tomar medidas contra eles mais ou menos impunemente.
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