A Assembléia Constituinte da Bolívia aprovou ontem (10), com uma esmagadora maioria governista, uma nova Constituição . O principal partido de oposição ignorou a votação, ainda que alguns pequenos partidos de oposição participaram, segundo agência Estado. A nova Carta Magna, que algumas regiões do país já disseram que irão ignorar, confere maior poder aos indígenas e permite a reeleição ilimitada do presidente.
A nova Constituição agora deverá ser aprovada por meio de um referendo nacional. Ainda não foi estipulada uma data para o referendo, que provavelmente ocorrerá até setembro de 2008.
A Assembléia havia concordado em se reunir no sábado para votar, artigo por artigo, o projeto, que vem causando grandes divisões e protestos violentos. A votação durou mais de treze horas. O documento confere ao povo indígena boliviano - cerca de 62% da população - maior autonomia e controle sobre suas terras tradicionais, corrigindo o que o presidente Evo Morales chama de "séculos de discriminação perpetuados por uma classe política corrupta dominada pela elite descendente de europeus".
Vários artigos não obtiveram a maioria de dois terços, mesmo com a ausência do maior partido de oposição na Assembléia, e agora terão de ser aprovados diretamente através da votação dos bolivianos. Entre eles, está um artigo que limita o tamanho das propriedades de terras individuais, uma medida que sofre forte oposição do setor de agronegócios do país. Momentos após a aprovação da Constituição, Morales a chamou hoje de uma fonte de "grande alegria para o movimento popular e indígena", que "consagra uma transição pacífica.
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