O principal negociador nuclear do Irã, Ali Larijani rejeitou ontem as dúvidas manifestadas por alguns países e especialistas sobre os avanços de seu programa de enriquecimento de urânio.
"Se eles (os ocidentais) têm dúvidas, então por que nos pressionam por causa nosso programa nuclear?", declarou Larijani se referia ao anúncio feito na segunda-feira pelo presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, de que o Irã havia alcançado capacidade de produzir urânio em escala industrial, para o que necessitaria de pelo menos 3 mil centrífugas em funcionamento.
O anúncio provocou suspeitas de que o Irã estaria exagerando suas capacidades nucleares para ter uma fonte de barganha em um possível acordo com o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre seu programa de enriquecimento de urânio.
Fontes ligadas à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) consideraram improvável que o Irã possa produzir urânio em escala industrial por causa de uma série de problemas que ocorreram com as primeiras centrífugas instaladas em nível experimental na central de Natanz.
A Rússia, parceira do Irã na construção de um reator em Bushehr, declarou, por sua vez, que não dispõe de informações que confirmem "qualquer grande avanço tecnológico" iraniano. "Talvez eles (os ocidentais) achem que precisamos de mais tempo para atingir a escala industrial, mas por causa dos esforços de nossos especialistas já atingimos esse estágio", declarou hoje Mohammad Saidi, vice-chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, a um site iraniano.
Nenhum funcionário iraniano confirmou se realmente foram instaladas as 3 mil centrífugas na central subterrânea de Natanz.
Fonte Agência Estado
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