Nos anos recentes, o Ocidente tem sido propulsionado por um Washington cada vez mais imperialista, cujas políticas expansionistas são alimentadas pelos interesses egoístas do clique de elitistas corporativos que têm a política do seu país agarrada pela garganta o pior pesadelo do Capitalismo e um bando de sicofantas, sedentos para elogios, uma palmadinha nas costas ou uma crosta atirado com desprezo debaixo da mesa.
O último capítulo nesta história triste, depois dos actos de pirataria e de assassínio em grande escala contra os civis no Iraque durante a década dos anos 90, depois do ataque ilegal contra a Sérbia, depois da chacina dos presentes em festas de casamentos em Afeganistão, depois da quebra da lei internacional, da Carta da ONU e das Convenções de Genebra no acto de chacina na Segunda Guerra do Golfo, temos agora uma posição intrusa e intrometida perante o futuro estatuto de Kosovo.
A questão fundamental
Fosse Kosovo simplesmente uma província administrada pela ONU no meio de um processo de diálogo sério sobre seu estatuto, com o devido respeito atribuído aos sérvios porque Kosovo faz parte da Sérvia ninguém estaria tão preocupado.
Contudo, eis o cerne da questão: Kosovo é, e foi sempre, o coração da nação sérvia, desde a batalha de Kosovo Polye (Campo dos Melros) em 1389, a razão de ser para o coração da civilização sérvia continuar a bater, mesmo enfrentando extrema adversidade. Para os sérvios, Kosovo Polye é o grito de guerra. Kosovo Polye é a Pátria. Kosovo Polye é seu lar.
Um Kosovo Independente
Mas o Ocidente, insensível, arrogante, prepotente, como é a norma, não se interessa. A conexão albanesa na Casa de Congresso nos EUA fala mais alto e transgride todas as noções de lógica. Os elitistas corporativos decidiram o comércio de heroina vale biliões. Por isso temos os rumores nos circuitos diplomáticos na comunidade internacional que os poderes investidos decidiram que Kosovo vai ser um estado independente.
A única razão porquê a maioria dos albaneses foram para Kosovo foi porque fazia parte da Sérvia, que tinha e tem um nível de vida vastamente superior a aquela da Albânia. O número de albanesas que foram para lá parir numera os dezenas de milhar e estas crianças são os peões na operação de aquisição que foi uma Grande Albânia qualquer chimera quixoteana que nunca passou de um sonho para os albaneses e um pesadelo para seus vizinhos.
Nos anos noventa, esta operação adquiriu um cariz mais sinistro, com a Al Qaeda e CIA mais uma vez a andarem de mãos dadas, armando os albaneses por razões diferentes mas tocando a mesma música em uníssono. O resultado foi o temido Ushtria Çlirimtare e Kosoves (UÇK) Exército de Libertação de Kosovo (ELK) Kosovo Liberation Army (KLA), a mão do terrorismo internacional, tão querida no Capitol Hill.
Slobodan Milosevic cometeu o erro de tentar libertar seu país desta escumalha (numa questão inteiramente separada da de Bósnia, que foi parcialmente resolvida pela criação da Republika Srpska) e pagou caro. Muitas foram as albanesas que fugiram de ocidente para leste, tentando escapar os UÇK porque não queriam ser vendidas em redes de prostituição controladas pela mafia albanesa a operar no estrangeiro.
A questão maior
Como sempre, o Ocidente é incapaz de olhar para além do nariz, ou no caso do Clinton, seu umbigo. Como foi o caso no Iraque, o Ocidente errou fundamentalmente. Se Kosovo ganhar um estatuto independente, quais serão os efeitos disso na Ossetia Sul, Chechénia, Daguestão, Ingushétia, Nagorno-Karabakh, e Abkhazia no Cáucaso? Ou Republika Srpska e os enclaves albaneses nos Balcãs, em Grécia, na Sérvia, em Montenegro, na Macedónia?
De facto, as Ilhas Baleares, Bavária, Bretanha, Borgonha, Catalunha, Cornuália, Córsica, Escócia, Euskadi, Flandres, Gales ou Sicília, para mencionar só alguns, terão mais razões para fazer uma reclamação legítima de independência do que tem Kosovo.
Não é o papel da União Europeia ou de mais ninguém fora de Belgrado deliberar sobre o estatuto de Kosovo, porque Kosovo é uma questão para a Sérvia e para os sérvios decidirem. Ponto final.
Como vimos através dos séculos de imperialismo, colonização e escravatura, o ocidente tem um registo abominável de intromissão e de traçar linhas em mapas. E pelos vistos ainda não aprendeu a sua lição.
Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru
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