Um novo estudo conduzido por pesquisadores italianos pode mudar a forma como tratamos o câncer. A descoberta aponta que regiões antes ignoradas do nosso genoma — conhecidas como DNA “lixo” — podem conter alvos preciosos para terapias oncológicas.
De acordo com o portal RaiNews, cientistas do Instituto Europeu de Oncologia, em Milão, utilizaram técnicas avançadas de sequenciamento e inteligência artificial para analisar as regiões não codificantes do genoma — aquelas que não produzem proteínas, mas regulam os genes ativos.
Por décadas, essas regiões foram consideradas inativas ou irrelevantes. No entanto, novas evidências mostram que elas desempenham papéis cruciais no controle da expressão genética, especialmente em células tumorais.
O estudo revelou que certas áreas do DNA “lixo” são ativadas apenas em tecidos com mutações malignas, o que abre caminho para terapias altamente específicas que não afetam as células saudáveis.
Essa nova abordagem pode permitir:
Os pesquisadores já trabalham com compostos de RNA e moléculas pequenas capazes de interromper a comunicação entre o DNA não codificante e os genes-alvo de tumores. Os primeiros testes in vitro mostraram redução significativa da proliferação celular em tumores de pâncreas e mama.
Segundo os autores do estudo, o DNA “lixo” pode funcionar como uma espécie de “código oculto” que os tumores usam para sobreviver. Se esse código for decifrado e bloqueado, o câncer perde uma de suas principais vantagens evolutivas.
Curiosamente, a própria expressão “DNA lixo” já está sendo revista pela comunidade científica. O que antes era visto como resíduo genético, agora pode se tornar o novo campo de batalha contra uma das doenças mais temidas da atualidade.
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