Decisão de Trump já provocou quatro mortos
Movimento Fatah apela aos palestinianos para prosseguirem com manifestações contra a decisão dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, considerada «nula» pela Liga Árabe, este sábado. Até ao momento já morreram quatro pessoas.
Um homem grita frente a um canhão de água usado pela polícia libanesa para dispersar os manifestantes durante um protesto contra a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, em Awkar, a leste de Beirute, no LíbanoCréditosWael Hamzeh/EPA / EPA
Num comunicado publicado na noite de sábado, após três dias de violência em que quatro palestinianos morreram e dezenas ficaram feridos, a Fatah insta «a que se prossiga com a confrontação e a que seja alargada a todos os pontos onde o exército israelita está presente».
Na abertura do encontro extraordinário de Ministros dos Negócios Estrangeiros árabes (Liga Árabe), realizado no Cairo (Egipto), o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulgueit, afirmou que «esta decisão é nula, as suas consequências são nulas e não mudarão o estatuto de Jerusalém».
Antes do encontro, já o ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano, Riyad Al Maliki, admitia que «a decisão do presidente Trump retira aos Estados Unidos a sua legitimidade para desempenhar o papel de mediador no processo de paz entre Israel e Palestina. Por isso, com esta decisão, exclui-se a si mesmo de desempenhar qualquer papel no processo de paz nesta região».
Em sinal de protesto contra a decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, Mahmud Abbas decidiu recusar receber o vice-presidente norte-americano durante a visita que Mike Pence prevê realizar, em meados do mês, a Israel e à Cisjordânia, indicou o seu conselheiro Majdi al-Khalidi à agência de notícias francesa AFP.
Os palestinianos voltaram a sair à rua no sábado em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada, bem como na Faixa de Gaza, tendo lançado pedras contra os soldados israelitas que responderam com tiros, balas de borracha e gás lacrimogéneo, segundo o exército.
Em Jerusalém Oriental, anexada por Israel, a polícia dispersou os manifestantes com granadas de atordoamento.
Segundo a Cruz Vermelha, 171 palestinianos ficaram feridos na Cisjordânia e 60 na Faixa de Gaza no sábado, na sequência de disparos, agressões ou devido à inalação de gás lacrimogéneo.
Dois palestinianos morreram em confrontos na sexta-feira, enquanto dois membros do movimento Hamas foram mortos ontem. O actual surto de violência foi desencadeado pelo anúncio de quarta-feira de Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. Uma decisão recebida com hostilidade pela diplomacia internacional, com a exceção de Israel, e com condenação pelo mundo árabe, que convocou protestos em Jerusalém, Faixa de Gaza e Cisjordânia.
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