SÃO PAULO-BRASIL - No início desta década, o percentual de católicos no país era de 74% da população brasileira, mas agora é de 68,43%. Mesmo com a queda em torno de 7% - entre 2003 e 2009 -, a religião católica ainda é a maior no Brasil e do mundo, seguida pela evangélica e pelo espiritismo.
Por ANTONIO CARLOS LACERDA
Pesquisa da FGV também mostra que o Espírito Santo, no Sudeste do Brasil, é estado com maior número de evangélicos não pentecostais, e o número de adeptos ao catolicismo é o menor no Brasil desde 1872, segundo pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A proporção de evangélicos, segundo a pesquisa, cresceu de 13,13% nesse mesmo período. Passou de 17,88% para 20,23% da população. E também aumentou o número de brasileiros que afirmou não ter uma religião. Eram 5,13% em 2003 e passaram para 6,72% em 2009.
Um dado curioso da pesquisa mostra que os homens são mais católicos que as mulheres. Entre os que professam alguma religião, 71,6% das mulheres são católicas contra 75,4% dos homens.
O Estado com maior participação de evangélicos pentecostais é o Acre, no extremo Norte do Brasil (24,18%) e nas demais denominações evangélicas, que inclui as tradicionais, o líder é o Espírito Santo (15,09%). O Estado do Rio de Janeiro, no Sudeste do Brasil, é recordista em religiões espíritas (3,37%) e também nas afro-brasileiras (1,61%).
Os dados da pesquisa mostram que a maioria dos sem religião está na classe E (7,72%), seguida da classe AB (6,91%). Entre os católicos, os percentuais mais altos também estão nos extremos da distribuição de renda: 72,72% dos pobres e 69,07% nas classes AB.
A classe mais importante para os evangélicos pentecostais é a D (14,98%), seguida da E. Já as evangélicas tradicionais estão mais concentradas na faixa AB (8,35%) e C (8,72%).
O número de católicos continua caindo no Brasil, país que tem mais fiéis desta religião no mundo, e onde a porcentagem da população que se declara desta doutrina caiu de 73,79% em 2003 para 68,43% em 2009, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira (23/08/2011).
Apesar de o catolicismo ainda ser a religião majoritária no país, a porcentagem medida em 2009 foi a menor desde 1872, quando uma pesquisa similar mostrou que 99,72% da população brasileira era católica, segundo o estudo "Mapa das Religiões no Brasil", divulgado pela Fundação Getúlio Vargas.
A redução do número de católicos no Brasil se acentuou nos últimos 30 anos, enquanto 88,96% dos brasileiros se declarou católico em 1980, essa porcentagem caiu para 83,34% em 1991 e para 73,89% em 2000.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas, que baseou seu estudo em enquetes com cerca de 200 mil pessoas, a fuga foi maior entre os jovens entre 15 e 19 anos, quando 67,5% se declararam católicos em 2009, contra 75,2% em 2003 (perda de 7,7 pontos percentuais).
Precisamente no Estado do Rio de Janeiro, segundo o estudo, a porcentagem de católicos caiu para menos da metade da população (49,83%) e as pessoas que se declaram sem religião subiu para 15,95%.
Segundo a FGV, a redução da porcentagem de católicos no Brasil coincidiu com o aumento da porcentagem de brasileiros que se declaram ateus, que subiu de 5,13% em 2003 até 6,72% em 2009.
Até o ano 2000, a redução dos católicos no país era atribuída diretamente ao crescimento dos grupos evangélicos, mas estes não registraram um crescimento de fiéis nos últimos seis anos tão elevado como o que registravam anteriormente.
Ainda de acordo com o estudo, a porcentagem de brasileiros que diz ser fiel às igrejas evangélicas tradicionais e aos novos grupos evangélicos subiu de 17,88% em 2003 até 20,23% em 2009.
Os seguidores do espiritismo se mantiveram praticamente estáveis (de 1,5% em 2003 para 1,75% em 2009), assim como os praticantes das religiões afro-brasileiras (de 0,23% para 0,35%) e das Igrejas Orientais ou asiáticas (de 0,30% para 0,31%).
ANTONIO CARLOS LACERDA é correspondente internacional do PRAVDA.RU
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