Crônica: As chuvas que maltrataram as cidades serranas do Estado do Rio e seus moradores foram cruéis.
A situação dos municípios ainda demora a chegar aos tempos normais. Há destruição e lama. Lavoura completamente comprometida; além de liquidada, tem contaminação por coliformes fecais e outros que os sanitaristas estão pesquisando.
A água que é fornecida pelos rios destas cidades pode comprometer muito a de outras que têm captação vinda dos rios altamente poluídos de Friburgo, Teresópolis e Petrópolis.
A calamidade não para por aí. Outros estados importantes, esqueleto da nação, como São Paulo e Minas Gerais, foram atingidos na mesma época. Agora, a v ítima é Santa Catarina.
Ora, as previsões de chuva forte são assustadoras para todo o país.
Sobem os preços, desaparecem os legumes, verduras e frutas. Se as enchentes atacam Mato Grosso, no seu todo, leguminosas serão afetadas. Pecuária acompanhando. Em suma, a situação exige cuidados. Não foi por prazer que o Copom aumentou os juros, e pode aumentar novamente, já que a previsão inflacionária aumentou para o ano corrente.
Existe certa displicência, tanto do governo como empresarial. Não contam como deveriam estas intempéries. Abaixo da linha do equador, continentes e países ainda devem muito. O hemisfério sul é nada, comparado com o norte, e não adiantam desculpas. O fato é verdadeiro.
A razão do afirmado é que na Austrália ocorreram chuvas torrenciais, e a perda foi de vinte vítimas. Aqui, quase cem mil, contando com as que ainda não foram encontradas.
Que estejamos todos errados, é o melhor.
imagem: Igreja, Suspiro. Friburgo/G1 e Google
Jorge Cortás Sader Filho é escritor
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