Quem não acredita, ou acreditava, deve admitir: é quase certa a eleição de Dilma em primeiro turno, pelo que demonstram as sucessivas pesquisas de opinião.
O PSDB jogou absurdamente mal, quando não fez uma união firme Serra-Aécio. Pela estupidez política, merece mesmo ser derrotado.
Enquanto isto, Dilma recebeu apoio maciço da esquerda. O que faltou no PSDB sobrou no PT. Coesão. Entendimento.
Aécio Neves vai transformar-se em senador sem problemas. Largou tudo e seguiu caminho egoísta. Quer ser presidente, mas não conseguirá bater Lula, cujo caminho Dilma prepara. E, sem dúvida, terá sucesso.
O Partido dos Trabalhadores conseguiu seu intento. Vai permanecer no poder por mais tempo, não se sabe quanto.
É uma derrota da democracia? Creio que não. O voto, mesmo partindo de um eleitorado ignorante, deve e tem que ser respeitado, pois é a manifestação do povo, certa ou errada. O jogo democrático é assim.
Muitos temem Dilma. Sem motivos. A velha guerrilheira ensarilhou as armas. Tem outra missão. Preparar a volta de Lula.
Vai seguir a cartilha. Sem vinganças, sem bolivarionismo, sem ataques ao sistema vigente.
Foi assim que o seu chefe construiu a sua popularidade internacional. Agrada aos brasileiros menos favorecidos, sem quase fazer obra alguma, mas explorando sua imagem. Não está errado. O erro é nosso.
Enquanto isto, a senadora Marina Silva, que defende todo um desenvolvimento brasileiro, certo, com coerência, está em situação desfavorável. Será que o motivo é ela ser da Amazônia, e negra?
O povo brasileiro, na sua grande maioria, não sabe votar mesmo.
Jorge Cortás Sader Filho é escritor
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