Muito se tem criticado os programas assistenciais do governo Lula.
Muito se tem criticado os programas assistenciais do governo Lula. No entanto, como a caravana da história, seguem todos, incólumes, com suas verbas e seus votos, angariados durante anos de assistência e desistência do beneficiado em buscar uma vida melhor para si e para os seus. Ao meu ver, muito dos programas estão mais para sustentar a atual situação dos beneficiados que elevá-los a outra. Não são programas com um apelo para a transição social, mas sim de manutenção das classes sociais arregimentadas desde sempre.
O retrato desolador é confirmado Brasil afora, pois é exatamente isso que lemos diante dos altos índices de aprovação do presidente Lula. Para o povo sedento por dignidade e cidadania, pelo menos agora, a mão do governo está chegando até ele, mais para adestrar que administrar.
No entanto, sabendo da indiferença da caravana social e dos seus guias, sugiro aqui algumas iniciativas simples para, dentro dos programas, descortinar uma nova visão, um novo ângulo, auxiliando diretamente aos beneficiados e suas famílias e, de uma certa forma, o futuro de nosso país.
A primeira seria uma iniciativa simples, mas que poderia alcançar grandes resultados junto aos agraciados pelo antigo Bolsa-Escola, agora incorporado ao Bolsa Família. Acreditando certificar a quantas anda o aproveitamento do aluno dentro do auxílio do Programa e da integração da família para com a questão da educação de seus filhos, acredito que bi-mensalmente o governo Lula poderia ceder, junto com o benefício mensal, um determinado livro para estudo do aluno e, no mês seguinte, destinar para essas famílias uma avaliação dentro do assunto abordado pelo livro ou, até mesmo, selecionar entre esses livros, alguns que tratem de sua realidade regional e que venham, de uma certa forma, sugerir o que poderia ser feito para aquelas famílias mudarem a triste realidade que as cerca. Dentro desse tema, muito se poderia pensar entre o livro, a avaliação e o aluno. E muito se poderia colher com a adoção de uma idéia despretensiosa como esta, criando uma nova dinâmica dentro das variadas culturais regionais.
Isso tudo, tendo como agente renovador do benefício a completa conclusão das tarefas determinadas, ou mesmo um aproveitamento definido para cada avaliação.
Para o Bolsa Família sugeriria vir junto com o beneficio, a cada mês, sementes de legumes ou hortaliças adaptadas para cada região, para cada temporada, com o compromisso de em um determinado período, as famílias devolverem uma estipulada quantidade de alimentos para o Programa, para serem destinados para as escolas públicas de cada localidade ou instituições de caridade. Assim, no completar de um ano, várias famílias haveriam plantado e colhido diversos alimentos em sua horta, garantido assim uma segurança alimentar e um complemento em sua alimentação diária.
Tudo, deveria ser muito bem escalado, considerando as características de cada região, culinária local e vocação natural do solo.
Dar o peixe, historicamente, sabemos que não é solução, é apenas imediato, mas ensinar a pescar é primordial, é para a vida toda.
Petrônio Souza Gonçalves é jornalista e escritor
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