Entre ontem e hoje (13) o Santuário de Fátima aguarda milhares de peregrinos, o ano passado foram 120 mil. Homens, mulheres e crianças vindos de todas as partes do mundo para marcar o início da 35.ª Semana Nacional de Migrações.
A peregrinação de Agosto tem como objectivo marcar a presença dos emigrantes portugueses de "regresso às suas raízes para exprimir a sua religiosidade", explica D. António dos Santos Marto, bispo de Leiria-Fátima, durante a conferência de imprensa de abertura da Peregrinação Internacional Aniversária, ontem, em Fátima,de acordo com Público.pt.
Mas não só, porque Portugal é um país de emigrantes, mas também de imigrantes, há cabo-verdianos que vivem na Amadora, brasileiros da Ericeira e ucranianos a trabalhar em Gaia. O Santuário acolhe ainda dezenas de grupos de peregrinos vindos de todas as partes do mundo. Esta é a terceira maior peregrinação anual - que marca um dia 13 de Agosto de 1917 em que não houve aparição porque os três pastorinhos não se encontravam na Cova da Iria.
Tran Trinh, uma vietnamita de 40 anos emigrada na Noruega, já esteve em Lourdes. Foi o ano passado e por devoção "Fátima é mais espiritual que Lourdes", compara. O frio é que é igual ao da Noruega, ri-se. Durante todo o dia, o sol esteve encoberto, e só ao final da tarde apareceu. A vinda de Tran a Fátima aconteceu por acaso, para preencher os lugares vazios de uma peregrinação dos vietnamitas católicos residentes na Noruega e na Dinamarca.
Mas na sua preparação para esta caminhada até "este lugar santo", em Portugal, acabou por envolver a sua filha, Nguyen, de 15 anos, uma adolescente que anda um bocadinho arredada da fé. "Sim, eu acredito, mas...", diz em inglês, desviando o olhar em direcção à Capelinha das Aparições, onde dezenas de mulheres cumprem promessas de joelhos.
"Queria mostrar-lhe que existem muitos caminhos e que ela pode escolher qualquer um, que este pode ser um deles", explica a mãe. O desejo de que a sua filha se mantenha no "caminho certo" é a intenção que traz até à Virgem de Fátima, confessa.
As intenções de Cecília Martins, de 25 anos, são iguais às de muitos: "Saúde e tudo de bom." Ela e o marido saíram da Póvoa de Lanhoso em direcção ao Luxemburgo há apenas dois anos, mas por lá já nasceu o primeiro filho. Este ano cumpriram mais de 2100 quilómetros de carro não só para rever toda a família mas também para a vir a Fátima, "umas horinhas".
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