O Joaquim Roriz (PMDB-DF), senador, renunciou ao mandato nesta quarta-feira (4). Numa carta de duas páginas, o senador critica os colegas, a imprensa, e reafirma a inocência depois de ser flagrado numa conversa telefônica tratando da partilha de um saque de R$ 2,2 milhões do BRB (Banco de Brasília).
No seu lugar, entre o suplente Gim Argello (PTB-DF). Roriz desistiu do mandato para não correr o risco de vir a ser cassado.
Na carta, Roriz diz que sentiu o "desapreço" dos senadores, já que apenas 12 estavam em plenário no seu discurso de defesa. "O desapreço dos senadores pelo destino do colega foi notado. Apenas doze eminentes senadores compareceram à sessão", afirma Roriz.
O senador ataca ainda o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), por afirmar que as acusações contra ele eram "graves". "Não se ateve às cautelas éticas impostas ao exercício da importante e elevada posição que ocupa", disse Roriz.
O agora ex-senador afirma também que a imprensa fez conclusões maliciosas. "O furor da imprensa, o açodamento de alguns, as conclusões maliciosamente colocadas lamentavelmente ecoaram mais alto", afirma. "Não temo que meu gesto seja interpretado como demonstração de fraqueza. Prefiro acreditar na grandeza que se pode acolher de quem vive os fatos da história", ressalta.
A carta foi lida pelo senador Mão Santa (PMDB-PI). Além dele, apenas quatro senadores estavam presentes na sessão: Eduardo Suplicy (PT-SP), Wellington Salgado (PMDB-MG), Gilvan Borges (PMDB-AP) e José Nery (PSOL-PA).
A Mesa Diretora do Senado já havia decidido enviar o pedido de processo contra Roriz ao Conselho de Ética. De acordo com a Mesa, se fosse notificado do processo pelo conselho, o que estava previsto para acontecer nesta quinta (5), não poderia mais renunciar e evitar o processo de cassação. Cassado, Roriz ficaria inelegível por oito anos a partir do fim do mandato, em 2014.
Roriz foi flagrado numa conversa telefônica negociando a divisão de um saque de R$ 2,2 milhões do BRB (Banco de Brasília).
Ele participou do começo da reunião da Mesa, na tarde desta quarta, quando, segundo ele, entregou documentos sobre sua defesa. O senador pediu ainda que a Mesa adiasse a decisão de enviar o processo ao Conselho de Ética. Os membros da Mesa não aceitaram o apelo.
Fonte G1
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