O primeiro-ministro italiano Romano Prodi começa nesta segunda-feira uma viagem oficial de dois dias ao Brasil, a primeira de um chefe de governo da Itália nesta década. O assunto espinhoso a ser discutido durante a visita é a possibilidade de o Brasil extraditar o esquerdista Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália por homicídio e detido dia 18 no Rio de Janeiro, informa BBC Brasil.
Ex-militante do grupo de extrema esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), que nos anos 70 fazia oposição aos governos de direita italianos, Batisti estava escondido no Brasil desde 2004. A Itália pretende formalizar nos próximos dias o pedido de extradição. Já os advogados de Battisti pretendem conseguir asilo político para ele.
Acompanhado por uma delegação de altos executivos de grandes empresas que atuam em setores estratégicos da economia italiana, Prodi pretende estreitar relações políticas e econômicas entre os dois países, depois dos longos anos de abandono durante todo o período do governo de centro-direita de Silvio Berlusconi. A primeira escala da visita é em São Paulo.
Prodi vai ser recebido pelo governador José Serra, faz palestra na Fundação Getúlio Vargas, reúne-se com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e na Câmara de Comércio Brasil-Itália e com representantes da comunidade italiana na sede do Circolo Italiano.
Nesta terça-feira, em Brasília, manterá encontro de trabalho com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, e será homenageado com almoço no Itamaraty.
Acompanhado pelo subsecretário das Relações Exteriores italiano Donato Di Santo, Prodi visitará os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e será recebido pelo ministro da Fazenda Guido Mantega.
Durante a reunião com o presidente Lula, serão discutidos, entre outros temas, a cooperação econômica e comercial, especialmente nas áreas de infra-estrutura e energias renováveis, com ênfase em biocombustível, assistência às pequenas e médias empresas, acordos entre estados brasileiros e regiões italianas, integração regional na Europa e na América do Sul.
"O teor desta viagem é mais político do que comercial", diz Adhemar Gabriel Bahadian, embaixador do Brasil na Itália. "É uma grande demonstração da vontade de aprofundar a relação entre os dois países".
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