Marcola, PCC e "grupo de chefões de Bangu" são apenas a mão grande e suja das SSP's, PM's, políticos safados, imprensa sem-vergonha e outros cretinos. Servem ainda para alimentar a inconsciência da classe média idiotizada, que, à falta dos antigos bandidos românticos, teorizam sobre a rebeldia dos injustiçados, ao mesmo tempo em que faz o seu papel de vítima.
Saulo de Castro (SP) e Álvaro Lins (RJ) são muito mais perigosos que qualquer Beira-Mar ou Marcola.
" Essa barbaridade que aconteceu no Rio de Janeiro, não pode ser tratada como crime comum. Isso é terrorismo e tem que ser tratado com política forte e mão forte do Estado brasileiro. Aí já extrapolou o banditismo convencional que nós já conhecíamos, quando um grupo de chefes de dentro da cadeia consegue dar ordem para fazer uma barbaridade daquelas, matando inocentes. Foi uma prática terrorista das mais violentas que eu tenho visto neste país, e tem que ser combatida ." presidente Lula, em discurso de improviso, em 1° de janeiro de 2007, dia da posse do seu segundo mandato.
Creio que, quando o presidente Lula falou de "terrorismo", ele não visou apenas os sujeitos que entram nos ônibus e os incendeiam, matando inocentes vítimas dessa guerra covarde, na qual os cabos são apresentados como generais. Qualquer pessoa com um mínimo de inteligência sabe que, aqui no nosso país, as chamadas "organizações criminosas" (ou "crime organizado") que a população consegue enxergar não passam de bodes expiatórios de uma elite criminosa que está muito além dos "grupos de chefes encarcerados".
Nenhum desses grupos ou indivíduos isoladamente eleitos pela mídia como "poderosos chefões", como se representassem o extremo, o máximo, a cúpula, entre os detentores do poder criminoso... pois bem, nenhum deles teria como agir se não contasse com a anuência do poder maior, aquele que não aparece; aliás, às vezes alguns de seus representantes aparecem "protestando" contra a violência, em muitos casos angariando votos, reclamando demagogicamente contra o degradante estado de violência que eles mesmos criaram e até "se comprometendo" em combatê-la. A população está pagando caro pela cretinice do crime politicamente organizado nos gabinetes, comandado por sujeitos insatisfeitos com as ações do NOVO Departamento de Polícia Federal, da nova estrutura de combate à sonegação de impostos, ao contrabando, ao tráfico de drogas, às práticas de corrupção nas instituições públicas.
Recentemente, com a Operação Tingüí, deflagrada no dia 15 de dezembro passado, a Polícia Federal desbaratou um esquema de policias do Estado do Rio de Janeiro envolvidos com o crime organizado. Mais de 70 policiais foram presos de uma só vez, o que, segundo o comandante-geral da Polícia Militar, foi a maior prisão de policiais na história da PMRJ. Concomitantemente, deflagrou-se a Operação Gladiador, resultado de investigações que duraram sete meses e acabaram por desmantelar um esquema de quadrilhas de caça-níqueis que agiam em diversos estados.
Neste caso, escutas telefônicas revelaram que Álvaro Lins, eleito deputado estadual (RJ) e ex-chefe de polícia dos governos Garotinho/Rosinha, está envolvido até a medula com a máfia dos bingos eletrônicos. Os grampos mostraram o ex-chefe de polícia agradecendo a um dos cabeças do bando: "Estou ligando para agradecer aí a ajuda, a torcida, todo o trabalho de vocês. Continuamos juntos, vamos em frente que tem muito trabalho ainda". Álvaro Lins foi eleito com mais de 100 mil votos. Resta saber se, de ex-chefe de polícia, ele passa a representante do crime organizado na Assembléia Legislativa.
O que vem ocorrendo no Estado do Rio de Janeiro é terrorismo sim! Mas não parte dos idiotas que são usados para fazer o trabalho sujo. Muito menos se origina dentro das penitenciárias, como estão tentando fazer a população acreditar.
Não foram os que estão nas penitenciárias que ordenaram a chacina da Candelária, de Vigário Geral, da Baixada e tantas outras. Também não se pode afirmar que os executantes são os principais ou únicos responsáveis, não se pode dizer que agiram por conta própria. Nenhum desses grupos tem autonomia para realizar tamanhas barbaridades. Claro que eles se acham os donos da cocada preta, mas não é qualquer chefete do tráfico de drogas que sabe de onde partem as ordens; os verdadeiros cretinos se protegem, e os buchas são queimados; a população entra com o sangue derramado.
O presidente Lula disse: " Aí já extrapolou o banditismo convencional que nós já conhecíamos, quando um grupo de chefes de dentro da cadeia consegue dar ordem para fazer uma barbaridade daquelas, matando inocentes".
Como eles "conseguem"?!
Esse "grupo de grupo de chefes dentro da cadeia" está para o Rio, assim como PCC e Marcola estão para São Paulo.
Em depoimento à CPI do Tráfico de Armas, Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC, a facção paulista a serviço do verdadeiro crime politicamente organizado, declarou:
"Fui criado por determinadas pessoas, agindo de má-fé para ter um bode expiatório. E cada vez que as coisas dessem errado e eles não soubessem como controlar e a quem punir, tinha lá o Marcola".
E ainda completou:
"É muito fácil ter um cara igual a mim. Se eu fosse político, eu ia arrumar um Marcola também. Se eu fosse um governador, ter um Marcola, não é bom, não? A segurança pública tá um caos, a culpa é do Marcola!". (*)
A quem as autoridades responsáveis pela segurança pública e a imprensa serviçal querem tratar como "burro": a população em geral, ou "um grupo de chefes de dentro da cadeia"?
A imprensa e as autoridades sabem que os chefes do tráfico não são burros, portanto sabem muito bem que eles não dariam ordem para aterrorizar a população da maneira como supostamente esses grupos estariam fazendo. Nunca deram, nem no Rio nem em São Paulo. As ordens dos chefes de grupo sempre foram em relação a intrigas internas, ou às rebeliões nos presídios (estas sempre negociadas com os politiqueiros pendurados nas secretarias de segurança, às vezes até ordenadas por estes).
Lembremo-nos de um dos mais famosos chefes do tráfico de drogas nas favelas mandando executar, de dentro de um presídio, através de telefone celular, quem descumpriu o regulamento da boca. Ordens que foram cumpridas, e os estampidos das armas que efetivaram as execuções foram transmitidos em rede nacional de televisão. Aquilo foi usado para impressionar a população e até hoje serve para dar uma aparência de que todo o terrorismo que ocorre nas ruas possa vir de dentro das cadeias e seja debitado na conta dos chefes do varejo do tráfico de drogas. Os cabeças do crime politicamente organizado, engravatados nos gabinetes, mandam toda barbaridade pra cima dos chefes presos. Aliás, é exatamente por isso que os chefes do varejo do tráfico estão na cadeia: para servirem de bucha ao maldito sistema de (in)segurança pública, o terrorismo.
Então só resta entender que imprensa e autoridades consideram a população burra. Não, isso também eles sabem que não é. Mas sabem que é apenas mal informada. Pra eles é o suficiente.
A inveja, o despeito, o ódio, sentimentos que muitos canalhas nutrem contra o presidente Lula, são algumas das armas dos seus inimigos. Inveja do seu carisma, de ver que sua autenticidade política não depende de formação acadêmica e até desmistifica o conceito de que somente os letrados poderiam exercer o poder institucional; despeito por acreditarem que um ex-retirante da seca nordestina, indivíduo de origem paupérrima, ex-operário ainda com características de homem do povo, tenha lhes "usurpado" um lugar que a eles pertence por pretensioso direito "hereditariamente natural". Isso já seria suficiente para explicar o ódio que essa gente vem nutrindo pelo presidente Lula, porém existem outras razões mais objetivas para explicar esse rancor.
Para desqualificar a competência do governo Lula, a oposição pode interpretar todos os números, planilhas, indicadores econômicos, sociais e o que bem mais entender, usando linguagem técnica, científica, chula, coloquial, ou como bem lhe convier. Superávit vira déficit, política social vira populismo, investimentos viram gastos... mas eles se calam e enfiam o rabo entre pernas quando o assunto é Departamento de Polícia Federal e sua atual operacionalidade.
No governo FHC do PSDB, no qual o PFL não passava de esquadrão lambe-botas, o verdadeiro crime organizado não tinha o que temer. As máfias enclausuradas nas mansões à beira-mar e nos jardins paulistanos, ou turistando mundo afora, se mantiveram intocáveis. FHC quase fechou as portas dos principais setores da PF, que, em seu governo da impunidade, mal servia para expedir passaporte. A média de prisões efetuadas pela Polícia Federal no governo FHC foi de apenas 27 por ano. Num país com as dimensões do Brasil, acho que isso representa um índice abaixo do que pode ter ocorrido, por exemplo, no Haiti.
Antes do governo Lula, a gente conhecia a guerra do tráfico como uma guerra de facções pelo domínio das bocas, principalmente nos morros cariocas. Traficantes de varejo de drogas nunca gostaram de se meter com a população, exceto em casos isolados e que ocorriam sem que nem mesmo as populações não faveladas viessem a tomar conhecimento. Agora está se tornando banal o ataque de "traficantes" contra as pessoas em geral. Observe que os policiais vitimados são, geralmente, elementos exemplares da corporação, sempre em postos que não se relacionam diretamente com o combate ao crime organizado. Os presos nunca são apresentados à imprensa, fala-se apenas em suspeitos, indivíduos que tinham passagem pelas delegacias, certamente pequenos varejistas de drogas, ladrões de carro, assaltantes de ônibus, coisas assim. Nenhum nome de expressão no submundo do crime (no Jornal Hoje de hoje, 4/1, exibiram as fotos de alguns "suspeitos", todos pés-de-chinelo).
Enquanto isso, as operações da Polícia Federal continuam incomodando os verdadeiros chefões, tanto que, quando passou a pegar a raia graúda, esta vem tentado passar a bola para os peixinhos de aquário e piabas de cacimba.
Para quem quiser conhecer a verdadeira origem do ódio das elites criminosas ao presidente Lula, deixo alguns links do site do Departamento de Polícia Federal. A leitura das sinopses de centenas de operações e milhares de detenções realizadas contra o crime organizado no Brasil durante o primeiro mandato do presidente Lula pode ser gratificante. Garanto que isso dará uma idéia mais precisa do motivo pelo qual a oposição tem pressa em tomar de volta o poder institucional. Pelo visto, senão lograrem êxito, urgentemente, arriscam-se a perder cada vez mais o poder criminal.
Departamento de Polícia Federal
Operações realizadas 2006
http://www.dpf.gov.br/DCS/Resumo_OP_2006.htm
Operações realizadas em 2005
http://www.dpf.gov.br/DCS/Resumo_OP_2005.htm
Operações realizadas em 2003 e 2004
http://www.dpf.gov.br/DCS/Resumo_OP_2003-2004.htm
(*) http://www.lainsignia.org/2006/agosto/ibe_045.htm
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