Brasil: Como é difícil viver em uma sub republiqueta!

Para os que não notaram, nos últimos dias a mídia estava sem notícia sensacionalista, e assim, não sabia como fazer seus jornais. O problema dos controladores de vôo e da TAM já eram notícias requentadas.

A televisão, para preencher o tempo dos jornais, gastava o tempo falando de Shakespeare, da inauguração da estação Cantagalo do Metrô ainda inacabada, da inauguração do aeroporto de Cabo Frio que ainda não estava pronto e, no outro dia que Rosinha havia adiado a inauguração do aeroporto para o dia seguinte.

Daí, que quando uns bandidos, que não sabemos a pedido de quem, resolve queimar um ônibus e atirar em alguns postos da polícia, faz a festa desta mídia. Com estardalhaço maior que o 11 de setembro, a mídia diz que no Rio a população não sai de casa, o caos é total, todos apavorados com o clima de guerra civil. Alguns comerciantes que escutaram essas notícias, acreditando serem verídicas fecharam suas portas. Tentaram criar o pânico. Com o sistema globalizado, as notícias espalham-se por todo o mundo causando um grande prejuízo ao turismo.

Após escutar tais notícias, saí de casa pelo Alto da Boa Vista, fui ao banco na Tijuca (nas ruas do bairro várias mulheres passeavam com seus bebês nos carrinhos, sem acreditar nas notícias alarmistas), depois passei pelo Centro fui a Copacabana e de lá fui almoçar na Barra da Tijuca. Voltei para casa subindo o Alto da Boa Vista. Um Rio tranqüilo, com pessoas passeando normalmente, sem excesso de polícia e com ausência de guardas municipais, como é o dia a dia do Carioca.

Porém para quem mora fora da cidade, aqui deveria estar pior que Bagdá com o PCC paulista dominando a cidade.

Que uns bandidos incendiaram um ônibus causando a morte de sete pessoas, isto é um fato. E se, essa mídia fizesse como na Espanha, logo após o atentado de Madri que para evitar a fuga do turismo em toda a Europa, deixou de divulgar notícias sobre este crime bárbaro (não dando divulgação inclusive, de como o governo espanhol deu destino aos terroristas), teríamos um turismo muito mais ativo, nossa rede hoteleira estaria em melhor situação e nosso povo em menor crise. Enquanto nossa mídia procura espantar o turismo (partem do falso princípio que quanto maior a crise, maior será o investimento em publicidade), na Tailândia, dois anos após o tisunami, o turismo voltou.

Que existem crimes no Rio, todo mundo sabe. Como todos sabem também que a criminalidade no Rio é menor que em muitas cidades.

Que existe tráfico de drogas todos também sabem. Como sabem também que muitos membros da mídia são consumidores.

Que pouca gente sabe que a coitada que furtou um tablete de manteiga de valor pouco superior a R$ 1,00, ficou 150 dias na prisão, depois de libertada foi condenada a quatro anos de prisão e perdeu a guarda da filha. Como também pouca gente sabe que o jornalista que matou a sangue frio sua namorada na frente de outras pessoas não ficou um dia sequer na prisão. Como pouca gente também sabe que os que roubaram milhões (a mídia usou a palavra desviar) através das “Sanguessugas”, “Correios” e de todas as outras roubalheiras, continuam livre e sendo homenageados por esta mesma mídia.

Felizmente o povo é sábio e não acredita mais na mídia.

Rio, 29 de dezembro de 2006.

Antonio Antunes

Engenheiro Químico

Tel: (21) 9983-0660

e-mail: [email protected]

site: http://antunes.atspace.com.

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