Geraldo Alckimin acaba de conseguir o apoio de Itamar Franco que terminou uma relação de amor e ódio com o PMDB ao se desfilar após sofrer uma derrota na indicação de seu nome a disputa para o Senado para Newton Cardoso que tinha sido seu vice-governador durante seu mandato no governo de Minas Gerais de 1998 a 2002.
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Pobre Itamar! Possui um problema crônico que o faz ser mais um derrotado na política que um vencedor: não é um político profissional como Newton Cardoso, por exemplo. Em 1989, estava sobre a sombra poderosa de Collor e se não fosse o processo de impedimento cairia no ostracismo que é o que acontece com a maioria dos vices em todas as esferas.
Não é a primeira vez que Newton Cardoso atravessa o caminho de Itamar, pois em 1986, na eleição para o governo de Minas, Newton, que havia vencido a convenção do PMDB a contragosto até mesmo do então governador, Hélio Garcia, venceu a eleição contra Itamar qque tinha apoio popular, mas Newton tinha o PMDB do plano Cruzado e também o caixa do Banco Credireal que foi esvaziado para financiamento de sua campanha a exemplo do que fez Orestes Quércia, em São Paulo.
Surgiu então, o caçador de marajás, o poderoso Collor e em 1992, Itamar assume a Presidência e nomeou como seu Ministro da Fazenda, o político profissional, Fernando Henrique Cardoso que agraciado pela sorte,, somente precisou viajar a Argentina para aprender as benesses da dolarização com seu colega Domingo Cavallo; deixar que André Lara Rezende e sua equipe concebessem o Plano Real e colher os louros da vitória sobre a inflação.
Itamar então, fez um acordo de cavalheiros com FHC e o apoiaria para a Presidência contanto que após quatro anos FHC retribuísse o apoio. Pobre Itamar!. Descobriu a duras penas, que não se pode confiar em políticos e foi por confiar em políticos que Itamar perdeu a indicação de seu nome para concorrer ao Senado.
Também não conseguiria ser candidato do partido à Presidência, pois certamente perderia a convenção para o faminto Garotinho a exemplo do que ocorreu com Germano Rigotto se não houvesse como está havendo, a posição de não haver candidatura própria..
Itamar deixou o PMDB pela quarta vez. Não pode ser considerado fiel ao partido como Orestes Quércia. No entanto, não ser fiel ao PMDB é algo perfeitamente compreensível, quando as figuras mais influentes do partido não são mais, Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, mas Renan Calheiros que foi o coordenador da campanha de Collor; o ARENA-PDS-PFL e finalmente PMDB, José Sarney, ambos governistas a despeito da liderança do partido, pelo que não se admira que o partido esteja sempre dividido.
Isto também ocorre pelo gigantismo do partido que após o embuste do Plano Cruzado, atraiu toda sorte de oportunistas eleitorais como Moreira Franco que foi derrotado pelo PDS ao governo do Rio de Janeiro, em 1982, mas foi vitorioso pelo PMDB, em 1986.
Se acaso o PDT-PSB-PMDB Anthony Garotinho, não fosse tão faminto pelos holofotes, poderia hoje ser o candidato do partido à Presidência, pois foin a greve de fome que dinamitou sua pré-candidatura. Ao menos Garotinho aparenta ter sido sempre peemedebista pelas atitudes como a defesa dos candidatos do partido, mesmo ilegalmente no caso da eleição em Campos.
De qualquer forma, Alckmin conseguiu o apoio de Itamar Franco, mas pouco influirá em sua campanha, pois Itamar não é político profissional. Lula, por sua vez, conseguirá mais quando apoiou a indicação de Newton Cardoso. Em Minas Geais, no entanto, ter o apoio de Aécio Neves é mais que suficiente, embora Neves esteja pensando muito em 2010 e, diferentemente de Itamar, Neves não confia em Alckmin que se vencer a eleição não cederá a vez para Neves em 2010 e tentará um segundo mandato e é por este razão que Lula, anda flertando com Neves e secretamente deve ter hipotecado seu apoio a Neves em 2010.
Itamar Franco, enquanto isso, para não cair no ostracismo, poderia trabalhar juntamente com Lula para aprovar o projeto-de-lei que concede a todos os ex-presidentes um título de Senador Vitalício. Então Itamar poderia, por exemplo, olhar Newton Cardoso, se acaso não for eleito, de cima.
Jose Schettini, Petrópolis, BRASIL
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