O confronto entre os movimentos de defesa dos animais e a Casa de Pessoal da RTP (CP/RTP) continuará nos próximos anos por causa da realização das corridas RTP, já que nenhuma das partes se mostra disposta a abdicar.
Seis mil pessoas encheram hoje a Praça de Touros da Póvoa de Varzim para mais uma Corrida RTP Norte, mas como já se tornou tradição sempre que há esta corrida, surgiram os protestos.
No passeio fronteiro à entrada principal, três dezenas de pessoas de sete movimentos de defesa dos animais agrupados na coligação Unidos Contra as Touradas (UCT) insurgiram-se contra o evento, que consideram «um espectáculo de barbaridade e selvajaria».
A presidente da CP/RTP, Ana Freixo, responsável pela realização do evento, afirmou:«Todos têm o direito de se manifestar contra ou a favor das touradas, mas enquanto a Administração da RTP permitir e eu for presidente da CP/RTP, continuaremos a organizar estas corridas, celebrando esta tradição tão arreigada em Portugal, como demonstra a assistência que aqui temos hoje», disse.
Comentando a questão da crueldade contra os animais, frisou: «os touros que aqui são lidados têm pelo menos cinco ou seis anos de vida boa em liberdade antes de serem mortos, enquanto os que todos os dias são abatidos em silêncio pela indústria da alimentação vivem um ou dois anos em condições bem piores».
Graça Marto, presidente do Movimento Internacional pela Defesa dos Animais (MIDAS), que integra a UCT, reconheceu que as corridas de touros são uma tradição em Portugal, mas sublinhou que «também as execuções públicas e os autos de fé, assim como os sacrifícios de crianças e de raparigas virgens aos deuses eram tradição em muitas culturas e todos esses costumes bárbaros acabaram porque sempre houve gente que se levantou contra eles e os combateu».
«Não seremos muitos, mas nunca deixaremos de nos manifestar e de mostrar a nossa repulsa pela continuação deste exercício bárbaro de crueldade contra os animais», disse.
Fonte: Portugal Diário
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