«Neste momento, ainda não se justifica (fazer uma retirada de portugueses), mas a qualquer momento estamos em condições de desencadear um plano de contingéncia», disse António Braga à Agéncia Lusa. Déli pediu hoje apoio militar internacional para estabilizar a situação em Timor-Leste na sequéncia de um ataque de forças rebeldes ao quartel-general das Forças Armadas, que degenerou em confrontos armados em vários pontos dos arredores da capital. Os confrontos entre forças armadas e militares revoltosos causaram nos últimos dias pelo menos quatro mortos e uma dezena de feridos.
O titular da pasta da Emigração sublinhou que «só em Déli é que a situação é mais volútil», não havendo «notícias de desordem ou problemas nos restantes 12 distritos» timorenses. Questionado sobre se o Governo portugués estaria em condições de assegurar o regresso aos portugueses que pedissem para sair de Timor-Leste, António Braga garantiu que «há condições para prestar todo o apoio para o repatriamento, se for esse o caso». Contudo, assegurou que até ao momento nenhum portugués manifestou vontade de sair do país. «Todos os portugueses estão a ser contactados e aconselhados a permanecerem nas suas residéncias no contexto de Déli», afirmou.
Uma mensagem enviada hoje por SMS pelo Adido de Segurança aconselhou os portugueses a permanecerem nas suas respectivas residéncias, devido à «degradação de segurança» em Déli. Na mensagem, os cidadãos portugueses são aconselhados a permanecer nas suas respectivas residéncias, mesmo «com prejuízo das suas actividades profissionais até novo SMS».
O alerta foi difundido na sequéncia dos confrontos ocorridos hoje de manhã junto ao Quartel-General das forças armadas timorenses, que foi atacado por militares revoltosos, a que seguiram informações sobre tiroteios e explosões noutros pontos dos arredores da capital. Esses disparos terão ocorrido junto às residéncias do comandante das forças armadas, brigadeiro-general Taur Matan Ruak, e do chefe do Estado-Maior, coronel Lere Anan Timor, em Marabia e Audian, respectivamente.
Na sequéncia dos incidentes da manhã de hoje, os Estados Unidos ordenaram a retirada de familiares e de funcionários não essenciais em Timor-Leste, enquanto a Austrália começou já a retirar os seus funcionários públicos considerados não essenciais. Segundo dados da Secretaria de Estado das Comunidades, residem actualmente em Timor-Leste cerca de 450 portugueses, a maioria dos quais em Déli, estimando-se que 100 estejam espalhados pelos 12 outros distritos.
Segundo Diário Digital e Lusa
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