José Durval foi designado como delegado especial para apurar as responsabilidades sobre o tumulto registrado no início da noite de ontem, durante passeata de abertura do II Fórum Social Brasileiro, no centro do Recife. A decisão foi tomada pelo secretário de Defesa Social, Rodney Miranda, após reunião com o chefe de Polícia, Djalma Raposo.
Durante entrevista coletiva concedida esta manhã, o secretário adiantou que na próxima segunda-feira enviará ofícios ao Ministério Público (MP) e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que as entidades acompanhem os trabalhos. Para Miranda, o objetivo é garantir transparência nas investigações.
O secretário determinou a abertura de um inquérito a fim de esclarecer o incidente que deixou seis pessoas feridas. Entre as vítimas, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em Pernambuco, Jaime Amorim, baleado de raspão numa das mãos e o capitão Dimerson Mendes, da Polícia Militar, que foi espancado e atingido na cabeça. Durante a pancadaria, ainda foram atingidos mais dois sem-terra, um soldado da PM e um cinegrafista.
Esta manhã, depois de receber alta médica do Hospital da Unimed, onde foi internado, o capitão Mendes prestou queixa na Delegacia de Santo Amaro e deve realizar ainda hoje exames no Instituto de Criminalística (IC). Ele adiantou que os tiros disparados durante o tumulto, não partiram de sua arma, que teria desaparecido. Os demais envolvidos no caso foram examinados ainda ontem no Instituto de Medicina Legal (IML). Todos receberem alta.
De acordo como o coordenador estadual do MST, Alexandre Conceição, o incidente aconteceu quando a marcha, iniciada na Praça do Derby, já havia chegado à Praça do Carmo e os manifestantes realizavam um ato público. Ainda segundo Alexandre, um atrito envolvendo três policiais militares que acompanhavam a manifestação, resultou na agressão de cinco sem-terra. Durante o tumulto, Jaime Amorim, após descer do carro de som, teria sido baleado por um PM. Ele denuncia a truculência da ação policial.
De acordo com o tenente-coronel Éden Vespasiano, assessor de comunicação da Polícia Militar, o tumulto foi causado por um mal entendido durante o protesto. Os PMs teriam entrado na multidão a procura de um assaltante que teria se infiltrado na passeata, após realizar roubos pela ruas do centro. "Os manifestantes pensaram que a polícia iria agir contra os sem-terra, quando a intenção era garantir integridade de todos, explicou.
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