FARC: Declaração pública
Autor:
Conselho Político Nacional
Na manhã de hoje se difundiu pelas redes um vídeo em que Iván Márquez, cercado por um grupo reduzido de antigos mandos e guerrilheiros de base das extintas FARC-EP lê um longo documento com o qual em conjunto pretendem justificar seu regresso às armas, na contramão do que combinamos e firmamos em Havana, Cuba, com o Estado colombiano.
O partido FORÇA ALTERNATIVA REVOLUCIONÁRIA DO COMUM, FARC, manifesta que não comparte nenhum dos termos da referida alocução. Os Acordos de Paz encarnam a culminação do velho anseio do povo colombiano por pôr fim ao conflito armado e semear a esperança de consolidar definitivamente a paz com justiça social em nosso país. Proclamar a luta armada na Colômbia de hoje constitui um equívoco delirante.
Milhões de compatriotas se somam ao clamor por um país em paz. Os ex-guerrilheiros e as ex-guerrilheiras que demos o passo de deixar as armas o fizemos com o profundo convencimento de que a guerra havia deixado de ser o caminho. Uma esmagadora maioria luta hoje na legalidade e em forma pacíffica por conseguir a implementação total do acordado em Havana. Seguiremos sem desânimo nessa rota.
Nos dói a pátria. Ela não pode se despedaçar por obra da venenosa voz extrema-direita nem pelos descumprimentos do governo. Exigimos deste que cumpra integralmente os Acordos. Os signatários da alocução romperam publicamente com nosso partido, protocolaram sua renúncia e assumiram as consequências de seus atos.
É certo que o cumprimento dos Acordos por parte do Estado marcha a passo paquidérmico e que os reincorporados passamos por sérias dificuldades em distintos sentidos. Ninguém nega que existam importantes setores e interesses que trabalham incessantamente contra o pactuado. Porém os revolucionários enfrentamos a adversidade com otimismo, valorizamos altamente a palavra empenhada e não renunciamos a nossos objetivos por duro que seja o caminho.
Chamamos ao povo da Colômbia, ao governo nacional, à comunidade internacional, aos empresários e federações, ao movimento social e popular, aos ex-guerrilheiros e as ex-guerrilheiras que assumiram o desafio da luta política aberta a blindar como nunca os Acordos de Havana e seu processo de implementação. Não é hora de vacilações. A guerra não pode ser o destino deste país. Seguiremos aqui, dispostos a dar tudo pela paz e a justiça social.
CONSELHO POLÍTICO NACIONAL
FORÇA ALTERNATIVA REVOLUCIONÁRIA DO COMUM FARC
Bogotá D.C. 29 de agosto de 2019
Tradução > Joaquim Lisboa Neto
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