Município do Rio será o primeiro da América do Sul a realizar monitorização da emissão de gases do efeito estufa, com meta à redução de 20% até 2016
A cidade do Rio de Janeiro será a primeira da América do Sul a monitorizar a emissão de gases de efeito de estufa. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente prevê que a monitorização comece em 2012, ano em que a cidade receberá a Rio +20 - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
O objectivo é publicar um relatório analítico de emissões de gases de efeito de estufa, verificando, anualmente, a variação da quantidade de lançamento dos gases, para comprovar se as medidas municipais adoptadas surtem efeito. O município tem como meta a redução das emissões na cidade em 8% até 2012, 16% até 2016 e 20% em 2020. O custo final da implementação e manutenção da monitorização ainda não foram definidos, mas estima-se que a primeira fase compreenda um investimento de 28 mil euros.
O professor Emilio La Rovere do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ) - responsável pela apresentação do projecto, explica: "Não se trata de um equipamento para sair medindo as emissões do escape dos carros. Vamos reunir dados e fazer cálculos para atualizar o inventário de emissões de efeito estufa e verificar se houve um resultado concreto nas medidas ambientais que a prefeitura vem tomando".
O último inventário de emissões, publicado em Março e baseado em dados de 2005, apontava como principais responsáveis pelas emissões de gases nocivos à atmosfera os veículos motores, com 39%, os resíduos sólidos (lixo), com 14% e as indústrias, com 12%. "A metodologia da pesquisa considerou as emissões de gases que causam aquecimento global, como o gás carbónico, o metano e outros. Como cada gás afecta a atmosfera de maneira diferente, é realizada uma conversão dos outros gases para o carbónico, com a finalidade de unificar resultados e facilitar a mensuração. A conclusão do estudo para o ano de 2005 foi de que o Rio emitiu o equivalente a 1,9 tonelada de gás carbónico por habitante", completa Emilio La Rovere.
O gerente de mudanças climáticas do município do Rio, Nelson Moreira Franco, afirma que a monitorização anual será fundamental para guiar as acções do município dirigidas a conservação do meio ambiente: "Vamos criar um banco de dados e promover treinos para os funcionários ligados às áreas que mais emitem gases nocivos: transportes e resíduos."
O município espera, num prazo de um mês, regulamentar a lei municipal que prevê várias medidas verdes, inclusive a redução de emissões.
Para mais informações:
Imago - LLORENTE & CUENCA
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