O presidente norte-americano Donald Trump, traçou novas (velhas) medidas políticas em relação a Cuba nesta sexta-feira (16), ao mesmo tempo que qualificou a normalização das relações com a ilha caribenha empreendida por seu antecessor na Casa Branca, Barack Obama, de "terríveis e equivocadas".
Edu Montesanti
"De maneira eficaz e imediata, cancelo o acordo totalmente unilateral da administração anterior com Cuba", disse Trump em um discurso ao pior estilo Guerra Fria, para uma plateia entusiasmada em Miami repleta de membros da comunidade cubano-norte-americana, que se opuseram à política de Obama em relação ao governo cubano de Raúl Castro.
"Aqueles dias acabaram: agora, nós damos as cartas", afirmou o presidente dos Estados Unidos, mantendo a típica postura arrogante e imperialista de seu governo, e da própria política externa histórica de seu país. E não apenas isso: segue a política de contradições de sua administração e dos governos norte-americanos anteriores, sem exceção: em seu giro no mês passado pelo Oriente Médio, Trump reforçou relações comerciais com a Arábia Saudita, um dos países mais crueis do planeta.
"Não devemos buscar perfeição, mas parcerias", afirmou desavergonhadamente Donald Trump na capital saudita de Riad, na mais absoluta contraposição à caça comunista contra Cuba ao estilo McCarthy, sem o menor constrangimento diante de excessiva hipocrisia enquanto, entre outras parcerias com a Casa de Saud, estabelecia comércio de armas na casa dos 100 bilhões de dólares, provavelmente o maior acordo bélico da história com um governo saudita que, além de exageradamente repressivo, comprocadamente fornece armas ao Estado Islamita e à Al-Qaeda, não apenas à sua filial na Síria, a Al-Nusra, como historicamente à organização terrorista do falecido Osama bin Laden desde tempos de combates no Afeganistão.
E no final de sua visita à região mais efervescente do planeta, em Israel e na Palestina Trump tampouco ofereceu propostas para acordos de paz,a pós tanto discurso que, sempre ficou claro, eram inócuos.
A dupla-moral norte-americana é tão descarada quanto infinita, essência de sua "democracia profundamente fracassada", nas palavras de John Kiriakou, ex-agente da CIA detido por dois anos por ter deixado a agência, e denunciado as torturas secretas na prisão de Guantánamo. "Os Estados Unidos mudam de presidente, mas não mudam sua política", disse o presidente russo Vladimir Putin mais recentemente, falsamente demonizado pela mídia ocidental.
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