Ao inaugurar aqui a XXI cúpula ordinária da Liga Árabe (LA), os presidentes confirmaram a agenda preparada há dois dias por seus respectivos chanceleres, na qual também está proposto adotar uma posição de apoio ao Sudão.
Após a foto oficial e a saudação protocolar, o emir de Catar, xeique Hamad bin Khalifa al Thani, acompanhou ao salão principal aos reis, outros emires e presidentes que assistem a esta cúpula, aberta com louvores a Alah, segundo a tradição islâmica.Um dos primeiros oradores foi o presidente da Síria, Bashar al-Assad, que em sua condição de titular da anterior cúpula, fez um balanço crítico do ano decorrido, com acertos e desacertos, e reafirmou o interesse de Damasco em defender a causa comum árabe.
Consultado pela Prensa Latina, o chanceler da Autoridade Nacional Palestina, Riad Malki, deu grande importância à reunião no entanto permite avançar em benefício da nação árabe e promover uma saída justa ao problema palestino. De fato, um rascunho da declaração final, que deverão sancionar na terça-feira os chefes de estado, adverte a Israel que a denominada Iniciativa Árabe de Paz, apresentada na cúpula de Beirute, em 2002, não é uma oferta indefinida.
A referida iniciativa compromete os países árabes a reconhecerem o estado de Israel em troca de que propiciar o estabelecimento de um estado palestino com capital em Jerusalém Leste, e devolva os demais territórios ocupados em 1967.
Outros diplomatas e analistas presentes na sede da cúpula, a orlas do Golfo Arábigo-Pérsico, disseram esperar que esta marque uma virada significante nas rivalidades entre nações vizinhas, apesar de marcadas ausências.
A respeito, o ministro egípcio de Assuntos Legais e Parlamentares, Mufeed Shehab, disse que o Cairo estará comprometido com todas as decisões e recomendações que sejam aprovadas na reunião. Shehab, que lidera a delegação do Egito a Doha diante da ausência do presidente Hosni Mubarak, garantiu total continuidade aos esforços para resolver as diferenças interárabes e conseguir a reconciliação.
Um primeiro sinal de postura comum constituiu o apoio oferecido ao presidente sudanês, Omar Hassan Al-Bashir, que compartilhou espaço no salão principal com os secretários gerais da ONU, Ban Ki-moon, e da LA, Amr Moussa. Al-Bashir chegou no domingo a Doha em cumprimento de sua promessa de ignorar a ordem de detenção emitida contra si pela Corte Penal Internacional (CPI), que pretende julga-lo por crimes de guerra e delitos de lesa-humanidade supostamente cometidos em Darfur.
De fato, espera-se que a reunião encerre com uma resolução de condenação à decisão da CPI e que defenda a anulação ou suspensão de seu pedido de detenção, segundo adiantou a Prensa Latina o assessor de al-Bashir, Mustafa Othman Ismail.
Texto: Ulisses Canais, enviado especial/Pátria Latina
http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=943aa0fcda4ee2901a7de9321663b114&cod=3698
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