Os Presidentes de Rússia e da França, Dmitry Medvedev e Nicolas Sarkozy, chegaram a acordo a respeito da regulamentação do conflito na Ossétia do Sul. O acordo baseia-se em seis princípios, informa a Interfax.
Geórgia tomada de ansiedade enquanto Rússia enumera suas exigências
Medvedev mencionou esses seis princípios durante uma audiência com a imprensa em conjunto com seu colega francês.
"O primeiro princípio não usar a força. O segundo - parar definitivamente com todas as ações militares. O terceiro - proporcionar acesso livre a ajuda humanitária. O quarto - as forças armadas da Geórgia têm que voltar ao lugares de seu acantoamento permanente.
O quinto - as forças armadas da Rússia retirar-se-ão para as posições que precederam o início das ações militares. O sexto - o início de discussão internacional de questões atinentes ao estatuto futuro tanto da Ossétia do Sul quanto da Abcásia, de maneira a ficar assegurada a sólida segurança de ambas," disse Medvedev.
Quando indagado acerca de por que a Rússia havia resolvido interromper suas ações militares na Ossétia do Sul hoje, Medvedev disse: "A operação que as forças russas vinham conduzindo obteve os resultados almejados. Por isso encerramo-la."
"Era algo a ser feito hoje, não ontem ou amanhã. Tomamos neste ato uma decisão tempestiva de cessar fogo até que o problema esteja inteiramente resolvido dentro do arcabouço dos princípios que vimos de enumerar," disse o presidente russo.
Dmitry Medvedev refutou energicamene declarações da administração georgiana as quais diziam que a Geórgia houvera cessado fogo na zona de conflito dois dias antes.
"Quanto à afirmação do presidente georgiano, o qual disse que a Geórgia cessou fogo no conflito há dois dias - é mentira," disse Medvedev. "As forças georgianas estavam fazendo fogo contra pacificadores. Infelizmente, houve vítimas ontem. Em outras palavras, não houve cessar-fogo com a Geórgia," acrescentou ele.
"Isso é o que diferencia esses criadores de turbulência das pessoas normais: é muito difícil detê-los quando eles sentem o cheiro de sangue," disse Medvedev.
O Ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, enfatizou que as tropas georgianas têm que voltar a seus quartéis.
"Todo o restante não fará sentido sem essa condição. Os residentes da Ossétia do Sul dificilmente entenderão que podem voltar e restaurar seus lares sem essa condição. Se a Geórgia não aceitar essa condição, seremos forçados a tomar outras medidas para não deixar a situação do jeito que está, tal como se formou como resultado da agressão da Geórgia, repetiu ele. Essa é a condição absoluta para tudo o mais," disse Lavrov.
"O fato de o presidente da França ter concordado completamente com isso é importante. Esperamos que o presidente da França informe a administração georgiana desses princípios," disse o ministro russo do exterior.
Enquanto isso, o Presidente georgiano Mikhail Saakashvili entra em parafuso ao sentir o furor da Rússia. Ele anunciou na terça-feira que a Geórgia sairia da Comunidade dos Estados Independentes - CEI, uma organização pós-soviética que une aproximadamente todas as repúblicas ex-soviéticas. Saakashvili fez essa comunicação numa reunião em frente ao parlamento georgiano no centro de Tbilisi.
"Estamo-nos despedindo definitivamente da União Soviética. A URSS nunca voltará aqui. Urgimos com a Ucrânia e com outros membros da CEI para que deixem a organização que a Rússia administra," citou como palavras do presidente georgiano a ITAR-TASS.
Além disso, Saakashvili disse que havia declarado as tropas russas na Abcásia e na Ossétia do sul tropas de ocupação.
Tradução: Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme
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