A administração dos Estados Unidos instou por imediato cessar-fogo no conflito entre Rússia e Geórgia a propósito da república não reconhecida da Ossétia do Sul.
No entanto, as autoridades russas acreditam que foram os Estados Unidos que orquestraram o atual conflito. O presidente da Comissão de Segurança da Duma do Estado, Vladimir Vasilyev, acredita que o atual conflito na Ossétia do Sul lembra muito as guerras no Iraque e no Kosovo.
"As coisas que aconteceram no Kosovo, as coisas que aconteceram no Iraque estamos agora seguindo pela mesma trilha. Quanto mais a situação se desdobre, mais o mundo entenderá que a Geórgia nunca seria capaz de fazer tudo isso sem os Estados Unidos. As autoridades de defesa ossetas do sul costumavam fazer declarações a respeito de agressão iminente da Geórgia, mas essa última negava tudo, enquanto que o Departamento de Estado dos Estados Unidos insistia em não tecer comentários a respeito do assunto. Em suma, eles prepararam a força que destrói tudo na Ossétia do Sul, ataca civis e hospitais. São responsáveis por isso. A comunidade mundial perceberá isso," disse a autoridade.
Por outro lado, veio-se a saber que as tropas georgianas conduziram a purgação, por fogo cerrado, de diversas povoações ossetas do sul, onde as casas das pessoas foram simplesmente arrasadas.
"O número de vítimas, com mulheres, crianças e pessoas idosas entre elas, pode ser contado às centenas e até milhares," disse uma fonte do governo da Ossétia do Sul na capital, Tskhinvali.
O chefe do Ministério do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, disse aos repórteres que as ações da Geórgia na questão da Ossétia do Sul suscitam dúvidas quanto à consistência da Geórgia como estado e como membro responsável da comunidade internacional, informa a Interfax.
"Civis, inclusive mulheres, crianças e pessoas idosas estão morrendo na Ossétia do Sul. Além disso, a Geórgia conduz purgação étnica em vilas ossetas do sul. A situação na Ossétia do Sul continua a piorar cada hora. A Geórgia usa equipamento militar e armamentos pesados contra as pessoas. Usa fogo de artilharia contra setores residenciais de Tskhinvali [a capital] e outros locais povoados. Bombardeiam os comboios humanitários. O número de refugiados continua a aumentar as pessoas tentam salvar a própria vida, a vida dos filhos e parentes. Um desastre humanitário está ganhando impulso," disse o Ministro do Exterior da Rússia.
O ministro acrescentou que a administração georgiana ignorou o apelo da Assembléia Geral das Nações Unidas para que respeitasse a trégua olímpica durante os Jogos Olímpicos de Beijing.
"A administração georgiana encontrou uso para suas armas, que veio comprando durante os diversos anos recentes," disse Lavrov. "O fato de os pacificadores georgianos na estrutura das forças conjuntas de pacificação terem aberto fogo contra seus companheiros russos do mesmo contingente fala por si próprio, acredito eu," adiu o ministro.
"Agora está claro para nós por que a Geórgia nunca aceitou a oferta da Rússia de assinar um documento legal para não usar a força na regulação do conflito da Ossétia do Sul," disse Lavrov. "Há não muito tempo, antes das ações militares na Ossétia do Sul, o Presidente da Geórgia, Saakashvili, disse que tal exigência não fazia sentido porque a Geórgia não usaria a força contra seu povo, como ele disse. Simplesmente ocorre que ela está fazendo isso," disse Sergei Lavrov.Sergei Lavrov acredita que a comunidade internacional deveria parar de fazer vista grossa para a ativa compra de armas da Geórgia.
"Já advertimos repetidamente que a comunidade internacional não deveria fazer vista gossa para compras maciças de armas ofensivas nas quais a administração georgiana veio-se envolvendo nos dois últimos anos," disse Lavrov.
Autor do post : Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme
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