Os confrontos entre policiais e jovens continuaram esta noite em Villiers-le-Bel, subúrbio de Paris. Os distúrbios, que lembraram a onda de violência nos bairros pobres da capital em 2005, aconteceram em razão da morte de dois adolescentes em um acidente com um carro de polícia.
Os distúrbios foram provocados por morte de dois adolescentes, de 15 e 16 anos, quando a moto em que estavam se chocou contra um carro da polícia. Os policiais negam que estivessem perseguindo os rapazes, que estariam, segundo eles, em uma moto roubada, sem capacete e na contra-mão.
Hoje na madrugada, ocorreram mais tumultos e um carro da polícia foi queimado. As informações do acidente, no entanto, são contestadas por várias testemunhas e moradores de Villiers-le-Bel, que afirmam que a moto dos garotos foi atropelada por trás pelo carro dos policiais, que fugiram sem prestar socorro às vítimas.
Nos confrontos de ontem e hoje, que duraram seis horas, cerca de 60 policiais ficaram feridos - quatro em estado grave, segundo Interfax. A polícia prendeu nove manifestantes, que incendiaram cinco prédios e mais de 30 carros em quatro bairros de Paris.
O episódio parece ser um lembrete de que a tensão que levou a distúrbios generalizados por toda a França no fim de 2005 em conjuntos habitacionais onde vivem imigrantes continua latente. Questionamentos emergiam hoje com relação às circunstâncias do acidente em Villiers-le-Bel, uma cidade-dormitório ao norte de Paris onde vivem árabes, negros e brancos.
Em 2005, os distúrbios contra a polícia disseminaram-se por todo o país. Jovens imigrantes, negros e árabes em sua maioria, incendiaram carros e entraram em choque com a polícia na periferia das maiores cidades do país em meio ao alto índice de desemprego, às denúncias de discriminação e à marginalização. O prefeito de Villiers-le-Bel pediu calma .
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