Há uma contradição entre as posições portuguesa e espanhola quanto à existencia de uma infra-estrutura da ETA em Portugal. O ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, admitiu ontem a possibilidade de a ETA dispor de "uma pequena infra-estrutura no Sul de Portugal, provavelmente no Algarve".
Em declarações à Rádio Nacional de Espanha, o ministro anunciou que o reforço da cooperação entre as polícias dos dois países será legitimado por um acordo que vai criar uma equipa mista de investigação, composta por polícias, juízes e procuradores dos dois países, de modo a "confirmar ou afastar todas as dúvidas a respeito dessa infra-estrutura".
O acordo, segundo Rubalcaba, deve ser assinado a 13 ou 14 de Setembro, à margem da conferência de alto nível sobre imigração organizada em Lisboa pela presidência portuguesa da União Europeia.
Entretanto quando quer o director da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, quer o secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança, Leonel de Carvalho, asseguraram não haver suspeitas da existência de células da ETA em Portugal, segundo Jornal de Notícias.
Alípio Ribeiro , antes de qualquer investigação estar concluída, adiantou que "não há indícios absolutamente nenhuns de que exista uma célula em Portugal, mas é evidente que isto demonstra alguma capacidade de movimentação dessas pessoas em Portugal".
As autoridades portuguesas esperam que a Guardia Civil traga para a reunião de hoje ou amanhã dados concretos sobre a actividade da ETA.
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